São Paulo, terça-feira, 01 de setembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Polícia indicia sindicalista por ataque a Yeda

Dois dirigentes da CUT-RS são acusados de crime contra a honra por campanha publicitária contra governadora tucana

Presidente da CUT gaúcha afirma que "indiciamento é político" e que acusações são "tentativa da governadora de intimidar as entidades"


GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul indiciou sob acusação de crime contra a honra e peculato dirigentes sindicais que fizeram uma campanha publicitária que criticava a governadora Yeda Crusius (PSDB).
Os indiciados são o presidente da CUT-RS (Central Única dos Trabalhadores), Celso Woiciechowski, e a vice-presidente da entidade e presidente do CPERS (Centro dos Professores do Estado), Rejane Oliveira, dois dos líderes de protestos contra a governadora.
Com o mote "O governo Yeda tem medo de quê?", a campanha foi paga pela CUT e, entre maio e junho, veiculou anúncios em televisão, rádio e jornal nos quais pessoas apareciam cobrando a instalação de uma CPI para investigar denúncias de corrupção. A CUT gastou cerca de R$ 80 mil.
No relatório do inquérito, o delegado Cleber Moura Ferreira diz que a campanha publicitária "extrapolou os limites razoáveis do que se pode chamar de liberdade de expressão".
"Exigir providência de forma enérgica é uma coisa, acusar de corrupção com base no xingamento é outra bem diferente. Atribuição de entidade sindical é defender o trabalhador, não fazer política partidária", disse o delegado ontem à Folha.
Os diretores da D3 Comunicação, que realizou a campanha, não foram indiciados.
Além da acusação de calúnia, o delegado também enquadrou os sindicalistas por peculato (desvio de dinheiro público).
Embora a CUT seja entidade privada, Ferreira disse que o enquadramento levou em conta artigo da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) que equipara a malversação de recursos de sindicatos a peculato.
A Justiça enviará o inquérito ao Ministério Público, que vai decidir se aceita o pedido.

Outro lado
O presidente da CUT disse que a Polícia Civil está sendo utilizada politicamente e afirmou que a entidade estuda entrar com ação judicial contra Yeda. "Esse indiciamento é político e a acusação de peculato é até imatura, porque a CUT não gere recursos públicos. É uma tentativa da governadora de intimidar as entidades sindicais."


Texto Anterior: Amazônia: Imazon aponta queda de 65% em desmate
Próximo Texto: Senado: Mesa ignora sobrepreço em obra de prédio
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.