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Polícia indicia sindicalista por ataque a Yeda
Dois dirigentes da CUT-RS são acusados de crime contra a honra por campanha publicitária contra governadora tucana
Presidente da CUT gaúcha afirma que "indiciamento é político" e que acusações são "tentativa da governadora de intimidar as entidades"
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
A Polícia Civil do Rio Grande
do Sul indiciou sob acusação de
crime contra a honra e peculato
dirigentes sindicais que fizeram uma campanha publicitária que criticava a governadora
Yeda Crusius (PSDB).
Os indiciados são o presidente da CUT-RS (Central Única
dos Trabalhadores), Celso
Woiciechowski, e a vice-presidente da entidade e presidente
do CPERS (Centro dos Professores do Estado), Rejane Oliveira, dois dos líderes de protestos contra a governadora.
Com o mote "O governo Yeda
tem medo de quê?", a campanha foi paga pela CUT e, entre
maio e junho, veiculou anúncios em televisão, rádio e jornal
nos quais pessoas apareciam
cobrando a instalação de uma
CPI para investigar denúncias
de corrupção. A CUT gastou
cerca de R$ 80 mil.
No relatório do inquérito, o
delegado Cleber Moura Ferreira diz que a campanha publicitária "extrapolou os limites razoáveis do que se pode chamar
de liberdade de expressão".
"Exigir providência de forma
enérgica é uma coisa, acusar de
corrupção com base no xingamento é outra bem diferente.
Atribuição de entidade sindical
é defender o trabalhador, não
fazer política partidária", disse
o delegado ontem à Folha.
Os diretores da D3 Comunicação, que realizou a campanha, não foram indiciados.
Além da acusação de calúnia,
o delegado também enquadrou
os sindicalistas por peculato
(desvio de dinheiro público).
Embora a CUT seja entidade
privada, Ferreira disse que o
enquadramento levou em conta artigo da CLT (Consolidação
das Leis do Trabalho) que equipara a malversação de recursos
de sindicatos a peculato.
A Justiça enviará o inquérito
ao Ministério Público, que vai
decidir se aceita o pedido.
Outro lado
O presidente da CUT disse
que a Polícia Civil está sendo
utilizada politicamente e afirmou que a entidade estuda entrar com ação judicial contra
Yeda. "Esse indiciamento é político e a acusação de peculato é
até imatura, porque a CUT não
gere recursos públicos. É uma
tentativa da governadora de intimidar as entidades sindicais."
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