São Paulo, Quarta-feira, 01 de Setembro de 1999 |
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PAINEL Jogada manjada Como lance político, o PPA (Plano Plurianual de 2000 a 2003) foi levado a sério por aliados. Como ação administrativa, não. Governistas acham que será descumprido -nem o Orçamento de 99 está sendo executado. Uma coisa é prometer. Outra, liberar verba e gastar. Ganhando tempo O PPA funciona para FHC tentar ganhar uma trégua na política e na mídia. Prometeu gastos de 59% do total do plano em ""desenvolvimento social". Mais para a frente, se a economia melhorar e a sua popularidade subir, esquece tudo. A crise vem aí ""FHC precisava reagir. Dar uma resposta. Foi o que fez com o PPA. Mas, se não aproveitar o refresco que deve obter para gerar resultados, a crise política volta", diz um cacique aliado. Itamaraty pobre FHC arrumou emprego para o ex-ministro Bresser, que andava amuado desde que foi tirado da Ciência e Tecnologia. Vai representar o presidente junto a chefes de Estado e governos estrangeiros para tratar de projetos de cidadania e de programas de desenvolvimento social. No fundo da gaveta O governo demorou um ano para encaminhar ao Senado o pedido de empréstimo emergencial de US$ 15 milhões do Banco Mundial para combater incêndios em Roraima. O projeto estava pronto desde julho de 98. Deve ser votado hoje. Guerra das teles A propaganda da Embratel oferecendo descontos para quem "faz o 21" é, no mínimo, dúbia: o tal desconto é apenas um abatimento que as empresas são obrigadas a dar em certos horários por força de lei. Rompidos pra valer Mendonção, que é um dos cinco vice-presidentes do PSDB, não vai ao jantar que a cúpula tucana oferece hoje a Malan (Fazenda). Os dois não mantêm mais as aparências. Segurança Por solicitação da Folha, o ministro da Justiça, José Carlos Dias, determinou que a Polícia Federal passe a zelar pela segurança do correspondente da Agência Folha em Maceió, Ari Cipola, e de sua família. Cidade quebrada A dívida total de SP (curto e longo prazo) já atinge R$ 15,1 bilhões. É mais do que o dobro dos recursos próprios (impostos e transferências) que o prefeito Pitta vai contar em 99. O próximo prefeito pagará o pato da farra da dupla Pitta-Maluf. Destino nanico Após ouvir nãos seguidos do PSB, do PL, do PTB e do PMDB, Pitta pode acabar no minúsculo PST. Já está tudo acertado verbalmente. O prefeito de São Paulo só não assinou a filiação ainda porque acha que algum partido maior pode procurá-lo. Em cima da hora O governo decide até sexta se prorroga ou não a lei de incentivos para a indústria da informática, que vence em outubro. Ainda há alguma resistência na área do Ministério da Fazenda. Pérola tucana 1 O ""pacto da cana", alardeado por Covas, contempla interesses de usineiros que não sabem o que fazer com o excedente de álcool. Detalhe: os empresários recebem 12 artigos no documento; os trabalhadores, 3. Pérola tucana 2 O 1º fala que devem propor projetos de requalificação profissional. O 2º, usar equipamentos de segurança. O 3º, ""acompanhar o pacto do ponto de vista dos efeitos sobre a geração de emprego e trabalho, respeitadas as condições econômicas e as boas relações capital-trabalho". Outro lado Secretário de Covas (Meio Ambiente), Ricardo Trípoli nega que tenha cogitado imprimir seu nome em jalecos das frentes de trabalho que o Estado organiza. ""É absurdo e ilegal", diz. TIROTEIO De Valdemar Costa Neto, líder do PL na Câmara, sobre FHC ter ironizado o apoio do partido à ""Marcha dos 100 Mil": - Esse camarada acha que temos de ficar ao lado dele enquanto seu governo afunda o país. Não temos vocação para vaca de presépio como os seus aliados. CONTRAPONTO Sincretismo religioso O grupo teatral Ornitorrinco prepara a montagem de uma peça -"Scapino"- sobre um malandro napolitano cujo estilo é muito parecido com o de certos políticos brasileiros. Há duas semanas, os atores Cacá Rosset e Wágner Sugamele quebravam a cabeça para tentar descobrir a melhor forma para convencer o secretário da Cultura do Estado de São Paulo, Marcos Mendonça, a liberar uma verba para a produção da peça. Sugamele disse a Cacá que ele deveria fazer o pedido a são Genaro no mesmo dia em que fosse conversar com o secretário da Cultura. - E se o santo falhar?- perguntou Cacá. - Coloca ele virado para a parede, de castigo. - E se nem assim adiantar? -Aí, você põe o santo de ponta cabeça. Cacá continuou desconfiando. Disse que não ia dar certo. - Se tudo isso não der certo, esquece o santo. Faz como o Zé Celso (Martinez Corrêa, diretor de teatro). Apela pra macumba. E-mail: painel@uol.com.br Próximo Texto: Contas públicas: Orçamento evita cortes e depende de arrecadação Índice |
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