São Paulo, sábado, 01 de outubro de 2005

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AMÉRICA LATINA

Presidente chileno recebe 32% de votos, e brasileiro, 18%; em 2003, Lula era preferência entre entrevistados por instituto

Lula perde 1º lugar de líder latino, diz pesquisa

LUCIANA BRAFMAN
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva perdeu para o presidente chileno, Ricardo Lagos, o posto de ser reconhecido pela elite latina como o melhor presidente da região, de acordo com pesquisa do instituto Zogby International para a Universidade de Miami, divulgada esta semana.
Lula recebeu 18% dos votos de 523 entrevistados -representantes dos setores públicos e privados, da mídia e do meio acadêmico- entre 17 de agosto e 15 de setembro, no México, Colômbia, Chile, Venezuela, Brasil e Argentina. Lagos teve 32% dos votos.
Em outubro de 2003, em pesquisa similar, Lula, que estava no primeiro ano de gestão, foi considerado o melhor presidente latino-americano por 34% das elites dos países da região. Seu colega chileno ficou com 20% dos votos.
Lagos é visto como um líder pragmático. Quase metade (46%) dos que votaram no chileno citaram sua capacidade de fazer as coisas acontecerem. Lula, por sua vez, foi mais apreciado (32%) por sua cooperação com líderes regionais e mundiais. Para 26% dos que escolheram o brasileiro a justificativa é de que ele alcança resultados práticos.
O presidente do instituto, John Zogby, analisou que este ano a pesquisa revelou um novo pragmatismo na América Latina, e um declínio na questão ideológica. "Lagos é um esquerdista, como Lula. As elites parecem responder ao fato de que Lagos mostra resultados", disse o presidente.
Na pesquisa deste ano, Álvaro Uribe, da Colômbia, ficou em terceiro lugar, com 12%, seguido de Vicente Fox, do México, com 9%. Em seguida aparecem o presidente da Argentina, Néstor Kirchner (7%), o venezuelano Hugo Chávez (5%), o cubano Fidel Castro (3%) e, em último, o peruano Alejandro Toledo (1%).
A visão da elite latino-americana a respeito da política do presidente dos EUA, George Bush, é negativa. Em comparação às políticas desenvolvidas pelos antecessores de Bush, 50% dos entrevistados disseram que as práticas de Bush são piores para a América Latina. Apenas 6% consideraram a atuação de Bush melhor.
Questionados sobre quem mais se beneficiaria do livre comércio entre os países latinos e os EUA, 54% disseram que seriam os norte-americanos. Pouco mais de um terço (36%) disse que ambos os blocos terão benefícios, enquanto 9% acreditam que os países latinos serão os mais beneficiados.
Os entrevistados da pesquisa são definidos pelo Zogby como membros de organizações que, dadas as suas posições, poder, capacidade, acesso à informação ou prestígio, podem influenciar opiniões e preferências de terceiros. A margem de erro da pesquisa é de 4,4 pontos percentuais.


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