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RIBEIRÃO
Ele é acusado de receber propina
Polícia investiga se órgão repassou verba a Palocci
RICARDO GALLO
DA FOLHA RIBEIRÃO
A Polícia Civil de Ribeirão Preto
vai investigar se o Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto) superfaturou contratos como forma de repassar, irregularmente, recursos aos ex-prefeitos petistas Antonio Palocci,
atual ministro da Fazenda, e Gilberto Maggioni, seu vice à época.
A investigação pretende apurar
a veracidade do que declarou o
advogado Rogério Tadeu Buratti
em depoimento à polícia em 19 de
agosto último. Na ocasião, Buratti
afirmou que Palocci recebera
R$ 50 mil mensais da empreiteira
Leão Leão entre 2001 e 2002,
quando administrava a cidade.
Quando Maggioni substituiu
Palocci, passou a receber os repasses, segundo Buratti. Os dois
negaram as acusações de Buratti,
ex-vice-presidente da Leão Leão.
"Na época, o Buratti disse que
cada pagamento que era feito pela
prefeitura à empresa [Leão Leão]
em parte retornava ao prefeito, e
que parte era cobrada a mais objetivando a liberação da propina",
disse o delegado seccional Benedito Valencise. Ele quer apurar se
houve pagamento "excedente".
No início desta semana, Valencise recolheu cópias dos contratos
de prestação do serviço do Daerp
em 1993 e 1994, anos da primeira
administração de Palocci, e de
2001 a 2004 -governos de Palocci e Maggioni. A operação da Polícia Civil ocorreu na segunda ou
na terça, segundo o Daerp.
O delegado disse que foram
apreendidos "relatórios de controle de serviços realizados" que
incluem a varrição. "São documentos extremamente importantes que podem comprovar fraude
na varrição, crime de peculato e
falsidade ideológica que estamos
investigando."
À xb, o atual diretor financeiro
do Daerp, Edmar Damasceno,
deu mais detalhes da operação:
segundo ele, os contratos eram de
limpeza pública -serviço prestado na cidade pela Leão Leão. A
empresa recebeu R$ 73 milhões
da Prefeitura de Ribeirão Preto de
2001 a junho de 2005 por serviços
de coleta de lixo, varrição e operação de aterro.
Segundo Valencise, os documentos serão submetidos a perícia. Sem adiantar nomes, ele disse
que "algumas pessoas" podem ser
convocadas a depor. A investigação, do inquérito 26/2005, será retomada em outubro, quando o
delegado retorna de férias.
Isabel Bordini, ex-superintendente do Daerp na gestão petista,
não foi localizada. Em entrevista
anterior, ela negou irregularidade
em pagamentos. A direção da
Leão Leão não quis se manifestar.
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