|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Juiz aceita ação contra Aécio, Pimentel e Lacerda
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM BELO HORIZONTE
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A Justiça Eleitoral de Minas
Gerais acolheu denúncia apresentada pelo Ministério Público Eleitoral, por "abuso de poder de autoridade e econômico", contra o governador Aécio
Neves (PSDB), o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), o candidato lançado por ambos para a disputa da
prefeitura da capital mineira,
Marcio Lacerda (PSB), e o vice
dele, Roberto Carvalho (PT).
Ao admitir a denúncia, o juiz-diretor do Foro Eleitoral de Belo Horizonte, Roberto de Freitas Messano, abriu prazo para a
defesa na ação assinada por
quatro promotores, mas negou
o pedido de liminar que queria
a suspensão imediata do programa eleitoral de Lacerda.
Se condenados, Aécio e Pimentel podem ficar inelegíveis.
Lacerda e Carvalho, se eleitos,
podem não ser diplomados. O
governador é um potencial
candidato a presidente em
2010 e Pimentel, ao governo de
Minas Gerais.
O juiz mandou notificar todos os citados na ação. Eles terão até cinco dias para apresentar suas defesas. O julgamento
deve ocorrer só após a realização do primeiro turno, e caberá
recurso às duas partes.
A Folha teve acesso à ação
proposta pelo Ministério Público Eleitoral. Nela estão anexadas degravações de alguns
programas eleitorais de Lacerda ao longo da campanha com
falas de Aécio e Pimentel sobre
"aliança" e "parceria".
Para os promotores, eles tentam "fazer crer ao eleitorado,
de forma indevida, que somente com a continuidade da alegada parceria haverá o prosseguimento das ações do governo na
capital" de Minas Gerais.
Ao negar a suspensão do programa de Lacerda na noite de
anteontem, o juiz argumentou
que, "se ao final [do julgamento
da ação] chegar-se à conclusão
de que não assiste razão ao órgão ministerial, já se terá causado prejuízo irreparável aos
candidatos a prefeito e a vice".
Ele acrescentou: "Também
se, ao final, procedente for a
pretensão do MPE, haverá a
declaração de inelegibilidade
dos representados, além da
cassação do registro dos candidatos diretamente beneficiados pela interferência do poder
econômico e pelo desvio ou
abuso do poder de autoridade".
Os promotores citam como
"abuso econômico" o fato de
Aécio ter dito em discurso, no
lançamento do programa de
governo de Lacerda, que o candidato terá, "pelos próximos
dois anos, o maior volume de
investimentos do governo do
Estado que BH já teve em toda
sua história" e que os recursos
estão no "planejamento e no
orçamento".
Em entrevista, Aécio afirmara que o valor será acima de R$
1,5 bilhão, com contrapartida
do governo federal.
A ação retoma ainda outra
questão, já julgada pela Corte
do Tribunal Regional Eleitoral,
com ganho de causa a Aécio: o
fato de ele participar da propaganda de Lacerda sem o PSDB
fazer parte da coligação -o
apoio é informal.
No questionamento da candidata Jô Moraes (PC do B), o
TRE entendeu que o fato de o
PSDB não participar oficialmente da eleição para prefeito
deixa Aécio livre para apoiar
quem ele quiser.
Texto Anterior: Belo Horizonte: Lacerda cresce, mas ainda não garante eleição no primeiro turno Próximo Texto: Outro lado: Coligação diz que fatos são "irrelevantes" Índice
|