|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Amorim se filia ao PT em busca de um "palanquezinho"
Ministro diz que não tem intenção desde já de se candidatar; para presidente do partido, possibilidades estão em aberto
Intenção de chanceler seria evitar especulação sobre sua opção entre Serra e Dilma; Amorim vai colaborar com a campanha da ministra
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, surpreendeu os meios políticos e
diplomáticos ao se filiar ontem
ao PT, para ter "um palanquezinho", deixando assim em aberto a possibilidade de disputar a
eleição para deputado federal
pelo Rio no próximo ano. Ele
também deve colaborar com o
programa de governo da candidatura presidencial da ministra
Dilma Rousseff (Casa Civil).
"Daqui a um ano e três meses, nas melhor das hipóteses,
se o presidente Lula não me
mandar embora antes, eu vou
deixar de ser ministro. Então,
eu quero ter um palanquezinho, uma plateiazinha, digamos assim, para eu poder me
manifestar", disse ele à Folha.
O ministro, porém, negou
que tenha a intenção desde já
de se candidatar. "Candidato?
Não, a nada", disse.
Segundo o presidente do PT,
Ricardo Berzoini (SP), as possibilidades estão em aberto: "Ele
se filiou para deixar claro o
apoio à proposta política do PT.
Não descarta nenhuma candidatura, mas não há projeto para isso no momento", disse.
Conforme a Folha apurou,
um dos motivos para a filiação
do ministro foi deixar claro que
ele "tem lado" na eleição presidencial do próximo ano. Como
era cotado para ser chanceler
dos dois candidatos preferenciais de 2002 -Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e José Serra,
do PSDB-, Amorim estaria
evitando especulação sobre sua
opção entre Serra e Dilma.
A filiação foi acertada com
Berzoini na segunda-feira.
Agora, são 18 os petistas no primeiro escalão do governo.
Amorim flertava com o PT desde 2005, mas não se filiou antes para não ser acusado de
partidarizar o Itamaraty. Na
reta final do mandato, avaliou
que não havia mais esse risco.
O ministro sempre se disse
filiado ao PMDB, desde a década de 1980, mas contou ontem
que fez uma pesquisa no partido nacional e no DF e não conseguiu levantar a sua ficha de
filiação. Imagina que a filiação
nunca existiu de fato.
Amorim nunca teve militância enquanto era ou se julgava
peemedebista. No PT, ele pretende ajudar em discussões sobre política externa e defesa e
na preparação para a campanha de Dilma.
(ELIANE CANTANHÊ
DE, FÁBIO ZANINI, LETÍCIA SANDER)
Texto Anterior: Supremo tem apenas dois juízes de carreira Próximo Texto: Frase Índice
|