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ALTA ESPIONAGEM
Documentos foram apreendidos na Kroll, no Opportunity e em residências
Análise de material deve durar 40 dias
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A análise preliminar da mais de
uma tonelada de documentos e
equipamentos apreendidos pela
Polícia Federal nos escritórios da
Kroll, do Opportunity, da Brasil
Telecom e nas residências de seus
principais executivos deve durar
pelo menos 40 dias.
Em Brasília, para onde foi o material arrecadado pela PF na última quarta, como resultado da
Operação Chacal, uma equipe de
policiais trabalha na análise da
documentação em papel e de registros digitais de computadores.
A movimentação financeira do
banco comandado por Daniel
Dantas não é alvo da investigação.
Mas, se for detectado algum indício de irregularidade, será submetida à apreciação do Ministério
Público e da Justiça Federal.
Em ação que tramita na Justiça
Federal no Rio, Dantas e outras
pessoas físicas e jurídicas são acusados de improbidade administrativa, pois teriam usado irregularmente um dos fundos do Opportunity, com sede nas ilhas
Cayman, para aplicar ilegalmente
dinheiro no Brasil.
A investigação que culminou no
cumprimento de 16 mandados de
busca e apreensão e cinco prisões
tem como alvo o contrato firmado pela Brasil Telecom com a
Kroll para espionar a Telecom Itália, empresa com a qual mantém
disputas judiciais.
O contrato é assinado por Carla
Cicco, presidente da Brasil Telecom, controlada pelo banco. A PF
chegou a pedir, mas a Justiça não
deferiu, a prisão de Dantas e Cicco. Os cinco presos são funcionárias da Kroll. A prisão deu-se sob
a acusação de formação de quadrilha por conta de indícios reunidos na investigação de que a empresa atua à margem da lei e, principalmente, pela descoberta, na
sede da Kroll, em São Paulo, de
um equipamento que, segundo a
PF, poderia ser usado para fazer
escutas telefônicas clandestinas.
Conforme a legislação, a interceptação telefônica ou telemática
é reservada a autoridades, só com
autorização judicial.
Também são alvos um policial
federal, um servidor do Banco
Central, um da Receita e funcionários de companhias telefônicas.
Eles estão na mira da PF porque
repassariam à Kroll, mediante pagamento, informações sigilosas.
Os advogados dos presos, de
Dantas e de Cicco ainda não conhecem a fundamentação que
sustentou os mandados e as prisões em flagrante. A expectativa é
que tenham acesso ao processo só
na quarta-feira, depois do feriado.
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