|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DANÇA DAS CADEIRAS
Mudança ministerial ocorrerá para aumentar a agilidade do governo e dar mais eficiência à execução de projetos
Reforma só deve sair em 2005, diz Dirceu
JULIA DUAILIBI
EM SÃO PAULO
A pequena reforma ministerial
que o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva pretende fazer para "azeitar a máquina do governo" deve
acontecer só no ano que vem.
De acordo com ministros que
participaram ontem do café da
manhã no comitê da prefeita de
São Paulo, Marta Suplicy, deverão
ocorrer algumas mudanças pontuais na equipe do presidente.
Na última semana, o presidente
conversou com assessores sobre o
assunto e disse que o tema deverá
estar na agenda apenas em 2005.
Questionados ontem sobre uma
eventual mudança nos ministérios, José Dirceu (Casa Civil) e Aldo Rebelo (Coordenação Política)
desconversaram. "Reforma ministerial não está na pauta do governo", declarou Dirceu.
O presidente pretende fazer algumas alterações na equipe para
aumentar a agilidade do governo
e dar mais eficiência à execução
dos principais projetos em 2005.
Além disso, há petistas que não
foram reeleitos e os aliados, que
baterão nas portas do governo federal. O caso mais aparente, o de
Marta Suplicy, em São Paulo, já
era tratado antes mesmo de a derrota ser confirmada pelas urnas.
Marta não quer um ministério
como prêmio de consolação nem
o Planalto acha que é o caso de colocá-la em alguma pasta: a prefeita poderia reeditar um terceiro
turno no coração do governo. A
petista quer ficar em São Paulo,
por onde passam os seus planos
políticos, como uma eventual disputa ao governo do Estado em
2006. Sobraria então as presidências nacional ou estadual do PT.
Os ministros mais próximos do
presidente descartavam ontem
uma alteração na pasta da Defesa,
onde está o diplomata José Viegas, antes de dezembro. "Vamos
esperar até o final do ano. Não vamos mexer até então", afirmou
um assessor de Lula.
Segundo interlocutores do presidente, também não há por enquanto planos de trocar os ministros Olívio Dutra (Cidades) e Patrus Ananias (Desenvolvimento
Social), mesmo após as denúncias
de fraudes no Bolsa-Família. No
caso de Dutra, avalia-se no Planalto que o seu ministério está caminhando, principalmente com o
trabalho de Ermínia Maricato (secretária-executiva da pasta).
O presidente quer colocar força
em 2005 porque sabe que nesse
ano, quando não há eleição no
Congresso, a probabilidade de fazer agenda positiva é maior.
Com o término da eleição, os
ministros destacaram ontem que
é hora de focar na questão da infra-estrutura, na elaboração de
uma proposta de política industrial e tecnológica e na viabilização de financiamento para determinados setores da economia.
Texto Anterior: Alta espionagem: Análise de material deve durar 40 dias Próximo Texto: Para senador, resultado das urnas deve afetar mudança ministerial Índice
|