São Paulo, segunda-feira, 01 de novembro de 2004

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DANÇA DAS CADEIRAS

Mudança ministerial ocorrerá para aumentar a agilidade do governo e dar mais eficiência à execução de projetos

Reforma só deve sair em 2005, diz Dirceu

JULIA DUAILIBI
EM SÃO PAULO

A pequena reforma ministerial que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende fazer para "azeitar a máquina do governo" deve acontecer só no ano que vem.
De acordo com ministros que participaram ontem do café da manhã no comitê da prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, deverão ocorrer algumas mudanças pontuais na equipe do presidente.
Na última semana, o presidente conversou com assessores sobre o assunto e disse que o tema deverá estar na agenda apenas em 2005.
Questionados ontem sobre uma eventual mudança nos ministérios, José Dirceu (Casa Civil) e Aldo Rebelo (Coordenação Política) desconversaram. "Reforma ministerial não está na pauta do governo", declarou Dirceu.
O presidente pretende fazer algumas alterações na equipe para aumentar a agilidade do governo e dar mais eficiência à execução dos principais projetos em 2005.
Além disso, há petistas que não foram reeleitos e os aliados, que baterão nas portas do governo federal. O caso mais aparente, o de Marta Suplicy, em São Paulo, já era tratado antes mesmo de a derrota ser confirmada pelas urnas.
Marta não quer um ministério como prêmio de consolação nem o Planalto acha que é o caso de colocá-la em alguma pasta: a prefeita poderia reeditar um terceiro turno no coração do governo. A petista quer ficar em São Paulo, por onde passam os seus planos políticos, como uma eventual disputa ao governo do Estado em 2006. Sobraria então as presidências nacional ou estadual do PT.
Os ministros mais próximos do presidente descartavam ontem uma alteração na pasta da Defesa, onde está o diplomata José Viegas, antes de dezembro. "Vamos esperar até o final do ano. Não vamos mexer até então", afirmou um assessor de Lula.
Segundo interlocutores do presidente, também não há por enquanto planos de trocar os ministros Olívio Dutra (Cidades) e Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), mesmo após as denúncias de fraudes no Bolsa-Família. No caso de Dutra, avalia-se no Planalto que o seu ministério está caminhando, principalmente com o trabalho de Ermínia Maricato (secretária-executiva da pasta).
O presidente quer colocar força em 2005 porque sabe que nesse ano, quando não há eleição no Congresso, a probabilidade de fazer agenda positiva é maior.
Com o término da eleição, os ministros destacaram ontem que é hora de focar na questão da infra-estrutura, na elaboração de uma proposta de política industrial e tecnológica e na viabilização de financiamento para determinados setores da economia.


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