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DIA DE DERROTA
Marta agradece periferia e deseja sorte a Serra
Prefeita de SP não aparenta estar abatida depois de derrota para tucano
Para Dirceu, petista sai de disputa fortalecida dentro e fora do partido
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PEDRO DIAS LEITE
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem demonstrar abatimento
aparente, a prefeita Marta Suplicy
(PT) disse ontem à noite que "a
luta continua" e desejou a José
Serra (PSDB) que "faça o melhor
governo possível".
A candidata derrotada falou rapidamente na porta de sua casa.
Saiu, deu sua mensagem e voltou
para dentro, sem responder a perguntas dos repórteres.
Marta agradeceu "ao povo da
cidade de São Paulo os 2,5 milhões de votos" e mencionou especialmente a periferia, onde foi
melhor que sua média geral.
A periferia foi também o foco
dos cardeais petistas que estiveram na casa da prefeita. O senador Aloizio Mercadante (PT-SP)
chegou a ler um papel com o percentual das votações de Marta em
regiões pobres da cidade, para
concluir que "a periferia de São
Paulo expressou nas urnas o resultado de um trabalho".
Amigos e políticos que saíam da
casa de Marta afirmavam que a
prefeita não estava abatida, mesmo longe dos jornalistas.
"Ela é muito forte", afirmou a
mulher do secretário municipal
de Planejamento de São Paulo,
Jorge Wilheim.
Entre os que foram à casa da
prefeita, estavam os ministros José Dirceu (Casa Civil), Luiz Gushiken (Comunicação) e Márcio
Thomaz Bastos (Justiça), além de
lideranças municipais, como seu
candidato a vice, Rui Falcão, e de
seus familiares e amigos.
"Sai com muita força"
Dirceu afirmou que, mesmo
com a derrota, a expressiva votação da prefeita a fortalece no partido e fora dele.
"Acredito que [Marta] sai da
eleição com muita força política
eleitoral", disse o ministro-chefe
da Casa Civil. De acordo com Dirceu, a prefeita ainda não tinha falado com o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, pelo menos até as
21h de ontem.
O presidente do PT, José Genoino, também disse que a prefeita
derrotada "é uma liderança forte
nacionalmente no partido, que
merece o nosso respeito e a nossa
admiração".
Genoino afirmou que a atual
administração é "de esquerda, o
orgulho do PT" e criticou Serra.
Segundo Genoino, o tucano "utilizou a rejeição à companheira
Marta Suplicy, alguns preconceitos e fez uma unidade das forças
contra o PT".
Transição
O senador Mercadante, que
chamou Serra de prefeito apesar
de a posse ser apenas em 2005, defendeu que ocorra uma "transição pactuada".
"Terminadas as eleições, é muito importante que o governo que
sai busque contribuir para o governo que entrar. Isso tem ajudado a governabilidade", afirmou. O
senador disse esperar que as políticas de Marta para os pobres não
sejam interrompidas por Serra.
Os últimos convidados deixaram a casa de Marta, no Jardim
Europa, por volta das 22h. A prefeita só reapareceu quando foi se
despedir dos filhos, que estavam
com as mulheres e os netos da petista. O marido de Marta, Luis Favre, brincava com um deles, em
aparente ar de tranqüilidade.
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