São Paulo, quarta-feira, 01 de novembro de 2006

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Painel

@ - Renata Lo Prete

Seringal

A possível ida do governador do Acre, Jorge Viana, para o ministério do segundo mandato esbarra num fator geográfico. Marina Silva conversou com Lula dias antes da eleição e acertou sua permanência no Meio Ambiente. "O Acre não tem tamanho para sustentar dois ministros petistas", raciocina um dirigente da sigla. Para completar, Marina é bem avaliada por entidades da área e pelo próprio Lula.
Assim, ministros e governadores dão como quase certa a ida de Viana para a presidência do PT. Luiz Dulci (Secretaria Geral) tem dado demonstrações de que prefere ficar no governo. Outro cotado, José Eduardo Dutra, deve assumir cargo na administração indireta ou no governo de Marcelo Déda em Sergipe.

Sonho meu. Marcelo Crivella (PRB-RJ) estava na presidência do Senado quando ali chegou a notícia da intimidação a jornalistas da revista "Veja". "Podiam prender os da Globo também", sugeriu o senador, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, proprietária da Rede Record.

Ficha. Antes de tomar o depoimento dos repórteres, o delegado Moysés Eduardo Ferreira levantou quantas vezes os três haviam estado na PF, em que datas e com quem tinham conversado.

Princípio. Márcio Thomaz Bastos diz que não teve notícia de excesso cometido durante o depoimento, mas que, se houve, será apurado e punido. "Como disse um juiz da Suprema Corte americana, o essencial é que a imprensa seja livre, e não que seja justa".

R$ 0,69. O sigilo dos envolvidos no caso do dossiê mostra que o homem da mala Hamilton Lacerda telefonou, nos dias que antecederam a negociação do papelório por R$ 1,7 mi, para o delivery do Habib's. A Caso Sistemas, da família de Freud Godoy, também ligou para a lanchonete, famosa por seus preços baixos.

Revisão. Na cópia do pronunciamento de Lula distribuída à imprensa, o texto afirma que é necessário punir os "verdadeiros culpados" pela tentativa de compra do dossiê contra tucanos. Na versão levada ao ar, o presidente suprimiu a palavra "verdadeiros".

Fico. FHC, Serra e Tasso Jereissati se reuniram na noite de segunda em São Paulo. Ali se concluiu que o senador continuará na presidência do PSDB até o final de seu mandato, em novembro de 2007.

Quase lá 1. Aliado de Alckmin, que venceu em Santa Catarina, Luiz Henrique disse ao presidente do PMDB, Michel Temer, que topa apoiar Lula, desde que todo o partido faça o mesmo. O governador reeleito aguarda um acerto com a Petrobras que pode render R$ 5 mi ao mês para o fundo social do Estado.

Quase lá 2. Após a vitória de Lula, José Roberto Arruda (DF), o único pefelista eleito governador, disse a um ministro petista: "Não vou resistir a dar um abraço no presidente".

Pausa. Cid Gomes (PSB) viaja no domingo para descansar por duas semanas nos EUA e na Europa. Na passagem por Washington, fará contatos com o Banco Mundial. Só na volta o governador eleito do Ceará vai anunciar a equipe de transição.

Deixa eu. Informado do fechamento do novo contrato entre Petrobras e Bolívia por volta de 20h no sábado, o ministro Silas Rondeau (Minas e Energia) telefonou para o colega boliviano e pediu que a notícia fosse divulgada pelo Brasil. Carlos Villegas concordou e, minutos depois, o "JN" anunciou o acordo.

Esponja. Do deputado federal Paulo Delgado (PT-MG), não-reeleito, sobre a vitória do presidente: "Lula não se ofereceu como líder, mas como um igual, e assim absorveu o bom e o mau do eleitorado brasileiro. O desafio agora é governar como líder".

Tiroteio

"Estas devem ser as bases da nova relação com a imprensa a que Lula se referiu em sua primeira entrevista depois de reeleito: intimidação, constrangimento, autoritarismo e truculência."


Do líder do PFL no Senado, JOSÉ AGRIPINO (RN), sobre a passagem de jornalistas da revista "Veja" pela Polícia Federal ontem em São Paulo.

Contraponto

Com pimenta

Reunida ontem, a Executiva Nacional do PFL aprovou nota em que se coloca, novamente, na oposição ao governo Lula. Depois da votação, o senador Marco Maciel (PE) fez reparos ao texto e começou a reescrevê-lo à mão.
-Seja bem radical!-, pediu um parlamentar, fazendo piada com o temperamento sóbrio do ex-vice-presidente.
O líder do partido na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), entrou na brincadeira e se referiu às recorrentes acusações, vindas de adversários, de que a sigla seria golpista:
-Veja se não esquece de escrever aí que o partido não vai aceitar o resultado das urnas!


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