São Paulo, quarta-feira, 01 de novembro de 2006

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Lula pede entendimento e diz ter "plena legitimidade"

Presidente afirma que nome de seu segundo mandato será "desenvolvimento"

Petista diz que continua empenhado "em que os órgãos de investigação e da Justiça apurem todas as denúncias de corrupção"

EDUARDO SCOLESE
PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No momento em que setores da oposição descartam um entendimento com o governo, o presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem, em pronunciamento em cadeia de rádio e TV, que a votação que obteve nas urnas no domingo lhe dá "plena legitimidade ao exercício do poder". O petista admitiu porém que há "questões éticas a discutir e superar".
"Uma votação maciça, como a que tivemos, eu e o meu companheiro José Alencar, dá plena legitimidade ao exercício do poder, mas não resolve, num passe de mágica, os problemas nacionais. Volto a afirmar que o nome do meu segundo mandato será desenvolvimento (...). E é em torno desta proposta, capaz de unir todos os brasileiros e brasileiras, que venho pedir o esforço e o entendimento nacionais." Lula disse que alguns afirmavam que a disputa presidencial "iria dividir o Brasil em dois, e isso não ocorre". "A exposição franca dos problemas mostrou, para toda a sociedade, que ainda existem Brasis profundamente desiguais. E o quanto é urgente e necessário que as desigualdades sociais e regionais diminuam", disse.
No pronunciamento de seis minutos, gravado no início da tarde de ontem, o presidente disse que entre os desafios que o Brasil tem a vencer está o "atraso político". Na mesma linha, sem mencionar diretamente crises que abalaram seu governo, como a crise do dossiê e o mensalão, citou as questões "éticas" a serem superadas. "O Brasil tem ainda uma enorme dívida social a resgatar, um grande atraso político a vencer e questões éticas a discutir e superar. No que depender de mim, vou acelerar a solução de todas as pendências e estimular democraticamente os outros Poderes a fazerem o mesmo".
E completou: "Continuarei empenhado em que os órgãos de investigação e da Justiça apurem todas as denúncias de corrupção e que os culpados sejam exemplarmente punidos".
O presidente falou sobre a importância do "diálogo" com todos os setores nacionais, num tom mais direto do que o adotado na entrevista concedida no domingo. "Como homem de diálogo que sempre fui, estendo mais uma vez as mãos para o entendimento e a concórdia. Conclamo toda a sociedade, a começar pelas lideranças políticas e movimentos sociais, a unirmos o Brasil em torno de uma agenda comum de temas de interesse geral."
A seguir, Lula falou sobre o apoio que terá da maioria dos governadores eleitos, um quadro mais favorável do que encontrou no início de seu primeiro mandato, em 2003. O petista terá o apoio de pelo menos 16 dos 27 governadores.
"É um chamamento maduro e sincero feito por um presidente que está saindo de uma vitória expressiva nas urnas, que conta com o apoio majoritário dos governadores eleitos e que terá uma base sólida no Congresso Nacional", afirmou.


Leia a íntegra do pronunciamento de Lula www.folha.com.br/063045


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