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Para oposição, ação da PF "é só o começo"
No plenário do Senado, a Polícia Federal e o governo Lula são acusados de tentar cercear a liberdade de imprensa
"Será que esta é a postura nova que Lula diz que vai ter com a mídia? Se é esta, vai nos encontrar pela frente", afirmou o líder do PFL
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A polêmica sobre o depoimento de repórteres da revista
"Veja" à Polícia Federal gerou
ontem protestos de líderes da
oposição.
"Manifesto preocupação
com os estranhos e lamentáveis constrangimentos a que
foram submetidos os repórteres da revista "Veja". Quando alguém se sente injustiçado pela
imprensa, pode e deve recorrer
aos instrumentos que nos faculta a democracia, jamais à intimidação. A imprensa não
existe para apoiar ou discordar,
mas para ser livre", disse o governador eleito de São Paulo,
José Serra.
O episódio foi levado ao plenário do Senado pelo senador
Heráclito Fortes (PFL-PI), a
pedido do presidente do PSDB,
Tasso Jereissati (CE). Informado do caso, o tucano telefonou
para o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) cobrando
explicações sobre o ocorrido.
"Não é aceitável que um partido cujos integrantes tenham
passado por vexames e constrangimentos na caminhada
desta nação em busca de trilhas
para a liberdade de imprensa
esqueça tudo isso e justifique
atitudes arbitrárias", disse Heráclito. "É apenas o início do
que, pelo que se prevê, vem por
aí", completou.
A fala de Heráclito abriu uma
onda de reclamações. "Será que
esta é a postura nova que Lula
diz que vai ter com a mídia? É
constranger a mídia? Se é esta,
vai nos encontrar pela frente.
Recebeu essa enxurrada de votos, perdeu a humildade e está
calçando salto alto demais",
disse o líder do PFL na Casa,
José Agripino Maia (RN).
"Conheço o ministro Thomaz Bastos e dele sou amigo,
mas não posso admitir que silencie diante de tal violência",
disse Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), antes do Bastos se manifestar sobre o caso.
Após reclamar de "muita
controvérsia" na reportagem
da revista que tratava de uma
suposta operação-abafa da Polícia Federal no caso do dossiê
contra tucanos, a líder do PT,
Ideli Salvatti (SC), saiu em defesa do governo. Disse que trazia um relato do diretor da Polícia Federal, Paulo Lacerda, negando a postura hostil de delegados no depoimento.
Segundo Ideli, a primeira repórter a ser ouvida "respondeu
o que quis, não sofrendo qualquer tipo de constrangimento".
Na seqüência, ainda conforme
a petista, a repórter tentou conversar no corredor com o segundo jornalista que iria para
depor, mas isso "não é permitido até para não haja contaminação ou combinação do que
será apresentado no depoimento". "Como não tenho nenhum motivo para duvidar da
palavra do dr. Paulo Lacerda,
faço questão de apresentar [as
explicações] aqui no plenário",
disse a petista.
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