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Falso padeiro diz à Justiça que mentiu por ter recebido promessa de pagamento
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O padeiro Luiz Armando Silvestre Ramos, 32, que na semana passada se fez passar por outra pessoa e prestou um falso
depoimento à Polícia Federal
sobre o caso do dossiê contra
tucanos, afirmou ontem à Justiça Federal de Pouso Alegre
(MG) ter sido orientado -por
alguém que ele não identificou- a mentir, sob a promessa
de pagamento em dinheiro.
No início da noite, Ramos foi
detido pela Polícia Militar da
cidade, sob acusação de ter contra si um mandado de prisão
antigo, por não-pagamento de
pensão alimentícia.
Por Ramos já ter falseado o
próprio nome e inventado uma
história sobre saques de R$ 250
mil que teriam sido entregues
em São Paulo para a compra do
dossiê, a PF vê as novas declarações com total ceticismo.
"Uma pessoa me chamou, me
fez uma proposta, que eu ia ganhar muito dinheiro, que não ia
precisar trabalhar mais. Eu fui
para ver o que era, eu peguei e
aceitei e entrei nessa com eles",
disse ele em entrevista à EPTV.
Segundo seu advogado, Rovilson Carvalho, Ramos também negou que a secretária-executiva do PSDB municipal,
Rosely Pantaleão, tenha participado da farsa. O padeiro afirmou que não conhece e nunca
esteve com Rosely.
Nas entrevistas, Ramos se recusou a dizer quem teria encomendado a farsa. Mas numa fita de vídeo, gravada ontem pela
manhã por Carvalho, ele teria
citado um nome -o conteúdo
da fita não foi revelado.
Segundo Ramos, a "pessoa"
pediu que ele gravasse um vídeo para o "Jornal do Estado"
com a promessa de que não seria divulgado. O jornalista autor da entrevista, Fernando Lima, disse que Ramos novamente mentiu. "Se ele não quisesse
que a entrevista fosse divulgada, não procuraria um jornal."
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