|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Secretário da CNBB é citado para a sucessão
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dos nomes mais citados,
entre religiosos e leigos ligados
à Igreja ouvidos pela Folha, para assumir o lugar de dom
Cláudio Hummes à frente da
Arquidiocese de São Paulo é o
de dom Odilo Pedro Scherer,
secretário-geral da CNBB
(Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
Alguns motivos, eles dizem,
confluiriam para a escolha de
dom Odilo. É jovem (57 anos),
foi bispo-auxiliar de dom Cláudio em São Paulo e tem boa formação -fez mestrado e doutorado em teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana
de Roma.
Além disso, é bastante próximo da Santa Sé: entre 1994 e
2001 foi oficial da Congregação
para os Bispos, órgão do Vaticano responsável por analisar
os postulantes à chefia das dioceses. "Ninguém conhece os
bispos brasileiros como ele",
disse à Folha uma pessoa ligada ao Vaticano. "Se um dia um
brasileiro for eleito papa, será
Dom Odilo", conclui.
Outro fator que pesa a favor
do secretário é a disposição em
se colocar no debate público,
item considerado fundamental
para qualquer religioso que assuma São Paulo. Na CNBB, ele
se posicionou sobre temas que
vão desde a transposição do rio
São Francisco aos escândalos
de corrupção do governo.
Coincidência ou não, há 15
dias dom Odilo esteve com o
papa Bento 16 no Vaticano. Estava acompanhado do presidente da CNBB, cardeal arcebispo de Salvador, dom Geraldo Majella Agnelo, e do vice-presidente da entidade, dom
Antônio Celso Queirós, bispo
de Catanduva (SP).
Outros cotados
Entre os nomes também
ventilados estão dom Geraldo
Majella, o arcebispo de Fortaleza, dom José Tosi Marques, e o
arcebispo de Florianópolis,
dom Murilo Krieger.
O problema, para dom Geraldo, é a idade (73 anos) e o "rebaixamento": o bispo deixaria
de ser primaz do Brasil.
Para os outros dois, a falta de
proximidade com dom Cláudio, já que está em jogo a "vitrine" do futuro prefeito da Congregação para o Clero.
O teólogo e professor da
PUC-SP, Fernando Altemeyer
Junior, diz que "até agora tínhamos tido dois bispos corajosos [dom Paulo Evaristo Arns
e dom Cláudio], autônomos
diante do poder público. Um
bispo fraquinho seria trágico".
Dom Pedro Luiz Stringhini
bispo-auxiliar de São Paulo, diz
esperar que o novo arcebispo
"entenda que estamos numa
pastoral urbana, que é plural".
Dom Bruno Gamberini, arcebispo de Campinas, define dom
Cláudio em uma frase: "É um
exemplo para todos os bispos".
(LB e RC)
Texto Anterior: Entrevista: Cardeal diz que papa definirá os projetos Próximo Texto: Ceará: Cid vai herdar custos de custos de R$ 420 mi de obra já licitada Índice
|