São Paulo, quarta-feira, 01 de novembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Secretário da CNBB é citado para a sucessão

DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos nomes mais citados, entre religiosos e leigos ligados à Igreja ouvidos pela Folha, para assumir o lugar de dom Cláudio Hummes à frente da Arquidiocese de São Paulo é o de dom Odilo Pedro Scherer, secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
Alguns motivos, eles dizem, confluiriam para a escolha de dom Odilo. É jovem (57 anos), foi bispo-auxiliar de dom Cláudio em São Paulo e tem boa formação -fez mestrado e doutorado em teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
Além disso, é bastante próximo da Santa Sé: entre 1994 e 2001 foi oficial da Congregação para os Bispos, órgão do Vaticano responsável por analisar os postulantes à chefia das dioceses. "Ninguém conhece os bispos brasileiros como ele", disse à Folha uma pessoa ligada ao Vaticano. "Se um dia um brasileiro for eleito papa, será Dom Odilo", conclui.
Outro fator que pesa a favor do secretário é a disposição em se colocar no debate público, item considerado fundamental para qualquer religioso que assuma São Paulo. Na CNBB, ele se posicionou sobre temas que vão desde a transposição do rio São Francisco aos escândalos de corrupção do governo.
Coincidência ou não, há 15 dias dom Odilo esteve com o papa Bento 16 no Vaticano. Estava acompanhado do presidente da CNBB, cardeal arcebispo de Salvador, dom Geraldo Majella Agnelo, e do vice-presidente da entidade, dom Antônio Celso Queirós, bispo de Catanduva (SP).

Outros cotados
Entre os nomes também ventilados estão dom Geraldo Majella, o arcebispo de Fortaleza, dom José Tosi Marques, e o arcebispo de Florianópolis, dom Murilo Krieger.
O problema, para dom Geraldo, é a idade (73 anos) e o "rebaixamento": o bispo deixaria de ser primaz do Brasil.
Para os outros dois, a falta de proximidade com dom Cláudio, já que está em jogo a "vitrine" do futuro prefeito da Congregação para o Clero.
O teólogo e professor da PUC-SP, Fernando Altemeyer Junior, diz que "até agora tínhamos tido dois bispos corajosos [dom Paulo Evaristo Arns e dom Cláudio], autônomos diante do poder público. Um bispo fraquinho seria trágico".
Dom Pedro Luiz Stringhini bispo-auxiliar de São Paulo, diz esperar que o novo arcebispo "entenda que estamos numa pastoral urbana, que é plural".
Dom Bruno Gamberini, arcebispo de Campinas, define dom Cláudio em uma frase: "É um exemplo para todos os bispos". (LB e RC)


Texto Anterior: Entrevista: Cardeal diz que papa definirá os projetos
Próximo Texto: Ceará: Cid vai herdar custos de custos de R$ 420 mi de obra já licitada
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.