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Eleições custaram 49,4% a mais em 2006
Presidente do TSE, Marco Aurélio de Mello diz que aumento "causa perplexidade'; um dos objetivos de nova lei era reduzir custos
Nas eleições deste ano, gasto das campanhas em todo o país ficou entre R$ 1,3 bi e R$ 1,6 bi; em 2002, o total usado foi de R$ 916 mi
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
As campanhas eleitorais para
presidente da República, governador, senador e deputados
federais e estaduais gastaram
pelo menos 49,4% a mais na
eleição deste ano se comparadas às de 2002, já descontada a
inflação do período.
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Marco Aurélio de Mello,
afirmou ontem que o aumento
"causa perplexidade".
"A lei número 11.300 gerou
barateamento das campanhas.
Mas ficou claro que atravessamos um período de maior
transparência", disse o presidente do TSE.
A lei citada por Mello, chamada de minirreforma eleitoral, foi feita para baratear as
eleições, ao proibir outdoors,
showmícios e distribuição de
brindes aos eleitores.
Neste ano, o gasto total das
campanhas no país ficou entre
R$ 1,3 bilhão e R$ 1,6 bilhão, segundo dados declarados pelos
candidatos que prestaram contas dentro do prazo à Justiça
Eleitoral. No total geral, as
campanhas arrecadaram quase
a mesma coisa, com um déficit
de apenas R$ 2,3 milhões.
O valor mais modesto (R$ 1,3
bilhão) representa o triplo do
que a União repassou neste ano
para a educação fundamental,
por meio do Fundef.
Na eleição passada, o total
gasto foi de R$ 916 milhões (já
corrigido pelo IPCA que mede a
inflação no período).
A variação possível nos valores declarados neste ano se deve ao montante que saiu do caixa dos comitês financeiros. O
TSE diz que não é possível
identificar com exatidão quanto foi lançado também pelos
candidatos e quanto foi gasto
próprio do comitê.
A soma dos recursos gastos
pelas contas do candidato e dos
comitês pode gerar sobreposição de valores em alguns casos.
Para não correr risco de duplicidade, o tribunal desconsidera
os gastos informados pelos comitês financeiros.
Se forem considerados os recursos apenas que entraram e
saíram dos comitês, a última
campanha custou 83% a mais
do que a de 2002.
Custo do voto
O valor total gasto deve ser
ainda maior porque apenas
69,7% das prestações de contas
dos candidatos e 79,3% das dos
comitês foram entregues no
prazo, no último dia 28.
Em relação ao eleitorado
brasileiro, o custo do voto neste
ano variou entre R$ 10,8 e R$
13,2. Nesse caso, para um universo de 126 milhões de eleitores, o custo do voto deveria oscilar entre R$ 5,5 e R$ 6,3.
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