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Secretário de Justiça propõe órgão para fiscalizar o futebol
Tuma Júnior quer criação de lista de interessados em doar em campanhas; medidas são para combater a lavagem de dinheiro
Propostas foram discutidas
na Enccla (Estratégia Nacional
de Combate à Corrupção e à
Lavagem de Dinheiro), que
aconteceu em Itaipava (RJ)
DA ENVIADA A ITAIPAVA (RJ)
O secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, pretende propor como meta de
combate à lavagem de dinheiro
e à corrupção no país a criação
de órgão fiscalizador voltado
para o futebol e um cadastro de
pessoas físicas e jurídicas interessadas em doar recursos para
campanhas eleitorais.
As propostas serão ainda discutidas no grupo "operacional e
estratégico", uma das três equipes que vão atuar em caráter
permanente pela eficácia da
Enccla (Estratégia Nacional de
Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro), que completou sua quinta versão ontem,
em encontro que reuniu representantes de 59 entidades em
Itaipava (RJ).
Trata-se de uma mudança estrutural na Enccla, que nos últimos cinco anos foi um foro de
debate e de integração dos diferentes órgãos públicos cujas
atribuições envolvem o combate ao crime organizado.
A partir de agora, além das
metas fixadas para cada ano,
três grupos atuarão em temas
mais amplos. Além daquele voltado para questões "operacionais", haverá o de análise "jurídica" e um destinado a dar suporte ao trabalho com "tecnologia da informação".
Quanto ao futebol, as propostas de Tuma Júnior, eleito presidente do grupo "operacional
e estratégico", contemplam a
criação de órgão federal para
normatizar e fiscalizar a atuação dos clubes e empresários.
As obrigações que as entidades estariam submetidas seriam a necessidade de apresentar suas prestações de contas,
pagar no sistema financeiro
brasileiro qualquer transação
feita com jogador, mesmo que
realizada no exterior, e submeter à fiscalização a bilheteria e
catracas dos estádios.
Quanto às doações para campanhas, o secretário pretende
criar mecanismos que tornem
obrigatório comprovar a capacidade financeira do doador para destinar recursos à campanha eleitoral. Assim, uma fiscalização que hoje só é feita após o
pleito, poderia ser desencadeada ainda durante a eleição, caso
identificada incompatibilidade
entre a contribuição e a capacidade do doador.
O ministro Tarso Genro
(Justiça) esteve presente à reunião. Conduziu a votação das 21
metas para 2008, entre as quais
a que prevê a regulamentação
do lobby, chamado no documento final do evento de "intermediação de interesses".
Tarso disse que nos próximos cinco anos "o Brasil será
conhecido como o país que
mais combate a corrupção".
Mantêm-se como metas da
Enccla duas propostas apresentadas em 2003, na primeira
versão do fórum, cujos propósitos são os de modificar a legislação para permitir o acesso de
órgão voltados para a investigação de atos criminosos, a começar das polícias e do Ministério
Público, aos bancos de dados da
Receita, que incluem informações disponíveis também no
Banco Central -como a movimentação financeira correspondente ao recolhimento da
CPMF.
(ANDRÉA MICHAEL)
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