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Em SP, verba vai para PMDB e cinturão do PT
Santos, Guarulhos, Guarujá e Osasco estão entre as cidades paulistas que mais receberam dinheiro por meio de convênios
Repasses de verbas para peemedebistas fariam parte do projeto do PT de quebrar um possível apoio do PMDB a José Serra (PSDB) em 2010
FERNANDO BARROS DE MELLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os repasses por meio de convênios para prefeituras desde a
eleição focaram cidades do Estado de São Paulo que serão administradas por prefeitos eleitos pelo PMDB ou PT.
Entre outubro a dezembro,
as cidades paulistas que mais
receberam verbas por meio de
convênios diretos com ministérios foram Santos, Guarulhos,
Guarujá, São Paulo e Osasco.
Tirando a capital, onde Gilberto Kassab (DEM) se reelegeu,
todas estarão sob o comando de
petistas ou peemedebistas.
No Estado, a direção nacional do PT investiu para ganhar
prefeituras no entorno da capital -região metropolitana e cidades em um raio de até 100
km. Como a Folha mostrou em
setembro, a estratégia é contrapor as ações do governador
José Serra (PSDB), potencial
candidato à Presidência.
Além disso, durante a eleição
municipal paulistana, Kassab e
Serra fecharam acordo com
Orestes Quércia, presidente estadual do PMDB. Ele já declarou apoio à eventual candidatura de Serra à Presidência.
O PMDB, no entanto, faz
parte, no plano nacional, da base de Lula. Segundo líderes
peemedebistas de São Paulo, o
repasse de verbas pode ser uma
tentativa de rachar o partido
em São Paulo, quebrando um
possível apoio a Serra em 2010.
Em Santos, a campeã nacional no recebimento de recursos desde a eleição, o peemedebista João Paulo Tavares, o Papa, se reelegeu no primeiro turno. Sua principal adversária foi
Maria Lúcia Prandi (PT). Desde a eleição, a prefeitura municipal recebeu R$ 17,9 milhões.
Petistas e peemedebistas, no
entanto, lembram que Papa
tem boa relação com Serra.
Além disso, seu vice, Carlos
Teixeira Filho, é do PSDB.
No Guarujá, onde os convênios totalizam R$ 9,2 milhões
desde a eleição, Maria Antonieta foi eleita pelo PMDB, após
deixar o PT. Ela foi vereadora
pelo PT, candidata a vice-prefeita e a deputada estadual. Em
2007, migrou para o PMDB.
Segundo a prefeita, a situação financeira encontrada na
cidade não é boa e dívidas deixadas com a Receita Federal e o
INSS impedem a liberação de
recursos para a cidade.
"A minha relação com todos
é boa, governo federal e estadual. Eu procurei ir a todos os
órgãos e eles entendem. Estão
depositando credibilidade na
nossa conduta", diz. "Eu vou
agora a Brasília, aos ministérios, neste começo de mandato
para conversar. Mas primeiro
preciso resolver essa situação
com as instituições, INSS e Receita Federal."
Cinturão vermelho
Guarulhos e Osasco, comandadas por petistas, também estão entre as campeãs de recursos recebidos (R$ 10,7 milhões
e R$ 8,8 milhões).
As duas cidades são consideradas estratégicas para as pretensões do PT em 2010. Em
Guarulhos, com o apoio do prefeito Elói Pietá (PT), que governou a cidade por oito anos, Sebastião Almeida derrotou o tucano Carlos Roberto. "Nós temos obras em andamento e não
diminuímos o ritmo depois da
eleição. Portanto, é um fluxo
normal. Não houve nenhum recurso diferente", diz o ex-prefeito Elói Pietá .
Mesmo assim, ele reconhece
que os recursos vão ajudar o
seu sucessor e colega de partido. "É bem diferente de quando
eu assumi. O prefeito na sequência vai ter um conjunto de
obras em andamento. Muitas
com recursos assinalados para
o ano seguinte. Com recursos
preservados e os contratos assinados. Isso facilita o primeiro
ano de governo", afirma Pietá.
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