São Paulo, sexta-feira, 02 de janeiro de 2009

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Serra vai aos EUA tentar assegurar financiamento para ampliar metrô

Tucano negocia empréstimo com o BID para expandir linha 5, ameaçado pela crise

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em meio à crise financeira internacional, o governador de São Paulo, José Serra, viaja neste fim de semana para os Estados Unidos com a missão de assegurar financiamento negociado com o BID (Banco Interamericano) para expansão da linha 5 do metrô, na zona sul de São Paulo.
Em janeiro de 2008, Serra esteve em Washington para negociar uma série de empréstimos com o BID. Entre eles, a concessão de US$ 1,5 bilhão para a ampliação da linha lilás do metrô (Chácara Klabin).
Mas, segundo fontes do governo, com a explosão da crise, o BID acena com a ameaça de não concretizar a operação, para a qual o Estado já obteve até autorização do Tesouro.
Por isso que hoje, um ano depois, Serra volta a Washington para tentar garantir o financiamento, que seria liberado no ano que vem.
Ainda segundo fontes do governo, o Estado já trabalha com duas outras alternativas: recorrer ao Bird (Banco Mundial) ou ao BNDES (Banco de Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Outra hipótese seria obter vários financiamentos, em menor valor, com diferentes agências de fomento.

Reforço
Tanto em reuniões de equipe como publicamente, Serra tem defendido a preservação de investimentos -obras e novos projetos- como forma de geração de emprego num momento de crise.
Segundo tucanos, ao priorizar investimentos, Serra tenta conter a desaceleração da economia, esforço que está no aporte de recursos para a agência de fomento do Estado.
No dia 30 de dezembro, o Estado destinou, por decreto, R$ 552 milhões para a agência.
O dinheiro foi liberado na forma de crédito suplementar ainda com recursos referentes ao Orçamento de 2008. Como medida de combate à crise, o governo vai usar parte da arrecadação do ano passado para engordar a carteira da agência.
Apelidado pela próprio Serra de "BNDES paulista", a agência de fomento começa a operar em abril, com o aporte inicial de R$ 1 bilhão. Com a decisão do governo de usar recursos de 2008, a agência conta hoje com R$ 752 milhões.

Responsabilidade
Chamado de maestro pelo prefeito, Serra participou ontem da posse de Gilberto Kassab (DEM). Ao discursar, afirmou que "a cidade é uma referência para os municípios de todo o Brasil. Daí porque é imperativo que seja conduzida com responsabilidade, espírito público e visão de futuro".
Sem citar nomes, Serra disse, no entanto, que nem todos os administradores apresentam esses atributos. "Apesar de serem iniludíveis, apesar de ser obrigação de todos os governos e governantes, sabemos que o Brasil está longe de ter governantes nas suas diversas esferas com o espírito e a prática da responsabilidade."
Serra disse ainda que os governos do Estado e da prefeitura são populares e responsáveis. "Não há, para nós, contradição entre um governo popular e responsável do ponto de vista fiscal", afirmou.


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