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Serra vai aos EUA tentar assegurar financiamento para ampliar metrô
Tucano negocia empréstimo com o BID para expandir linha 5, ameaçado pela crise
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em meio à crise financeira
internacional, o governador de
São Paulo, José Serra, viaja neste fim de semana para os Estados Unidos com a missão de assegurar financiamento negociado com o BID (Banco Interamericano) para expansão da
linha 5 do metrô, na zona sul de
São Paulo.
Em janeiro de 2008, Serra esteve em Washington para negociar uma série de empréstimos com o BID. Entre eles, a
concessão de US$ 1,5 bilhão para a ampliação da linha lilás do
metrô (Chácara Klabin).
Mas, segundo fontes do governo, com a explosão da crise,
o BID acena com a ameaça de
não concretizar a operação, para a qual o Estado já obteve até
autorização do Tesouro.
Por isso que hoje, um ano depois, Serra volta a Washington
para tentar garantir o financiamento, que seria liberado no
ano que vem.
Ainda segundo fontes do governo, o Estado já trabalha com
duas outras alternativas: recorrer ao Bird (Banco Mundial) ou
ao BNDES (Banco de Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social). Outra hipótese seria obter vários financiamentos, em menor valor, com diferentes agências de fomento.
Reforço
Tanto em reuniões de equipe
como publicamente, Serra tem
defendido a preservação de investimentos -obras e novos
projetos- como forma de geração de emprego num momento
de crise.
Segundo tucanos, ao priorizar investimentos, Serra tenta
conter a desaceleração da economia, esforço que está no
aporte de recursos para a agência de fomento do Estado.
No dia 30 de dezembro, o Estado destinou, por decreto,
R$ 552 milhões para a agência.
O dinheiro foi liberado na
forma de crédito suplementar
ainda com recursos referentes
ao Orçamento de 2008. Como
medida de combate à crise, o
governo vai usar parte da arrecadação do ano passado para
engordar a carteira da agência.
Apelidado pela próprio Serra
de "BNDES paulista", a agência
de fomento começa a operar
em abril, com o aporte inicial
de R$ 1 bilhão. Com a decisão
do governo de usar recursos de
2008, a agência conta hoje com
R$ 752 milhões.
Responsabilidade
Chamado de maestro pelo
prefeito, Serra participou ontem da posse de Gilberto Kassab (DEM). Ao discursar, afirmou que "a cidade é uma referência para os municípios de
todo o Brasil. Daí porque é imperativo que seja conduzida
com responsabilidade, espírito
público e visão de futuro".
Sem citar nomes, Serra disse,
no entanto, que nem todos os
administradores apresentam
esses atributos. "Apesar de serem iniludíveis, apesar de ser
obrigação de todos os governos
e governantes, sabemos que o
Brasil está longe de ter governantes nas suas diversas esferas com o espírito e a prática da
responsabilidade."
Serra disse ainda que os governos do Estado e da prefeitura são populares e responsáveis. "Não há, para nós, contradição entre um governo popular e responsável do ponto de
vista fiscal", afirmou.
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