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Câmara toma posse sem disputa pela presidência
LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
LILIAN CHRISTOFOLETTI
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
Sem disputa pela presidência,
mas com um intenso troca-troca
de partidos, tomaram posse ontem os 508 dos 513 deputados federais eleitos em outubro -outros cinco tomarão posse depois,
por diversos motivos. Como presidente da Câmara será eleito hoje
um aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o candidato único João Paulo Cunha (PT-SP).
Os maiores partidos de oposição, PFL e PSDB, selaram acordo
para respeitar a indicação do
maior partido da Casa, o PT, que
elegeu 91 deputados. O entendimento se estendeu aos demais
cargos da Mesa, seguindo o tamanho de cada bancada na eleição.
Na única disputa prevista para
hoje, a da primeira secretaria da
Mesa, os grandes partidos assumiram o compromisso formal de
apoiar o candidato da direção do
PMDB, Geddel Vieira Lima (BA),
que disputará o cargo com José
Pinotti (SP), da ala dissidente.
Geddel, porém, teme traições.
Acordo de líderes, fechado ontem pela manhã, irá permitir a
formação de blocos parlamentares até 15 de fevereiro, quando se
inicia a legislatura. Essa decisão
poderá alterar a distribuição das
comissões e a escolha de presidentes e relatores de projetos, inclusive das reformas constitucionais que Lula pretende fazer.
Na disputa das relatorias, o PC
do B e o PSB, de apoio a Lula, podem formar um bloco para garantir maior número possível de comissões, e PPB e PFL ameaçam
criar outro bloco para não perderem espaço. A estratégia dos aliados petistas e a reação dos opositores não devem alterar o núcleo
de poder na Casa: tanto PT quanto PFL, as maiores bancadas, já
têm o compromisso dos aliados
para garantir o controle das principais comissões e relatorias.
Para a composição das comissões, os líderes decidiram que irá
valer o tamanho das bancadas às
11h03 de ontem. A definição do
horário foi necessária diante do
intensa troca-troca. A definição
desse limite gerou discussões
acirradas. O líder do PPS, Roberto
Freire, pediu que o prazo fosse 15
de fevereiro, enquanto Roberto
Jefferson (RJ), líder do PTB, defendia anteontem à noite. Até então, o PTB tinha 42 deputados, o
que lhe assegurava a presidência
de duas comissões. A sigla amanheceu com um deputado a menos e perdeu uma comissão.
Pela formação das bancadas de
ontem, o PT, o PFL e o PMDB ficaram com três comissões. O
PSDB e o PPB, com duas. PTB, PL,
PSB, PPS e PDT, com uma.
Duas disputas pelas lideranças
de bancada foram acirradas. Jutahy Magalhães (BA), ligado aos
tucanos paulistas, foi reeleito líder
do PSDB, por 37 votos a 25, derrotando o candidato Custódio Mattos (MG), apoiado pelo governador Aécio Neves. No PMDB, o
candidato da cúpula do partido,
Eunício Oliveira (CE), venceu por
36 votos a 33 o candidato dos dissidentes, Barbosa Neto (GO).
Cargos da Mesa Diretora: presidente
João Paulo Cunha (PT-SP); 1º vice-presidente, Inocêncio Oliveira (PFL-PE); 2º vice-presidente, Luiz Piauhylino (PSDB-PE); 1º secretário, Geddel Vieira Lima
(PMDB-BA) ou José Pinotti (PMDB-SP); 2º
secretário, Severino Cavalcanti (PPB-PE);
3º secretário, Nilton Capixaba (PTB-RO);
4º secretário, Ciro Nogueira (PFL-PI).
Líderes dos partidos: Nelson Pellegrino
(PT-BA), José Carlos Aleluia (PFL-BA), Eunício Oliveira (PMDB-CE), Jutahy Magalhães (PSDB-BA), Pedro Henry (PPB-MT),
Roberto Jefferson (PTB-RJ), Valdemar
Costa Neto (PL-SP), Eduardo Campos
(PSB-PE), Roberto Freire (PPS-PE), Inácio
Arruda (PC do B-CE).
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