São Paulo, segunda-feira, 02 de fevereiro de 2004

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Site e polícia monitoram imprensa

DO ENVIADO ESPECIAL A UNAÍ

A cobertura jornalística da morte dos três fiscais do Trabalho e seu motorista em Unaí tem sido monitorada pela equipe de um site mantido por fazendeiros da região e pelo serviço secreto da Polícia Militar de Minas Gerais.
Na sexta-feira, quando houve uma entrevista coletiva do comandante da PM e do chefe da Polícia Civil, os jornalistas, a maioria de Brasília e Belo Horizonte, foram fotografados pela equipe do UnaiNet. Segundo o proprietário do site, José Augusto Nieto, as imagens foram feitas para "mostrar a movimentação" em torno do crime.
Um detalhe é que as fotos não foram divulgadas na página, que tem por objetivo "mostrar o lado bom e as coisas bonitas da cidade". Em editorial sobre a chacina, Nieto diz que a repercussão do crime é feita pelo que atribui ser uma "mídia sensacionalista". O site é mantido, segundo o próprio Nieto, por "propaganda de empresários da cidade".
Já os PMs que monitoram os jornalistas mantêm distância dos repórteres, informando seus superiores. Após a visita ao escritório do Condomínio Rural Mânica, de Norberto Mânica, na tarde de sábado, a secretária do fazendeiro, Carla Paz Andrade, ligou para o celular do capitão Elias Andrade. Ao encontrar com os repórteres, Andrade disse: "Vocês não podem fazer as coisas desse jeito, estão indo longe demais. Quando esse crime for elucidado, vocês vão pagar caro por isso".



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