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Lula retoma agenda e diz que vai "viajar, visitar e inaugurar"
Presidente trabalha quase 12 horas e afirma que mudou paradigma, que "era nivelado por baixo'
Petista diz que o "corpo humano é uma máquina" que pode funcionar bem muitos anos, mas um dia pode apresentar problema
SIMONE IGLESIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou ontem
dos primeiros compromissos
públicos após a crise de hipertensão e deixou de seguir recomendação para que reduzisse a
carga de trabalho: sua agenda
teve quase 12 horas e deixou
claro em seu programa de rádio
que não vai parar.
À noite, durante evento do
Ministério da Educação, alfinetou a oposição, autoelogiou sua
gestão, dizendo que até os protestos pelo país diminuíram, e
que precisa "correr" até o fim
do mandato para " fazer mais":
"Deus queira que, daqui para
frente, eu seja o paradigma para quem vier depois de mim.
Mudamos o paradigma, que era
nivelado por baixo", disse.
Pela manhã, bem-humorado
e comemorando a vitória do
Corinthians sobre o Palmeiras,
esteve no STF (Supremo Tribunal Federal) para a reabertura dos trabalhos do Judiciário.
Na cerimônia de pouco mais
de uma hora, ouviu quatro discursos e falou por dez minutos.
Em tom de despedida, já que
está no último ano de mandato,
afirmou: "É a última vez que venho nesta Casa para celebrar a
abertura do ano do Judiciário".
No evento, Lula também ouviu críticas de um aliado. O presidente do Senado, José Sarney
(PMDB-AP), classificou as medidas provisórias do Executivo
de "instrumentos monstruosos". A seguir, Lula se reuniu
com ministros e, à tarde, assistiu à apresentação de credenciais de novos embaixadores.
Assustado com a crise de hipertensão, Lula deixou de fumar cigarrilhas desde quinta-feira. Assessores disseram que
ele estava fumando demais. Os
exames feitos no sábado no InCor não apontaram nenhum
problema: a pressão voltou ao
normal: entre 11 por 7 e 11 por 8.
Mesmo que Lula não aceite
diminuir a carga de trabalho,
sua assessoria tentará evitar
três situações: agendar compromissos para o começo da
manhã seguinte ao retorno de
viagens em que chega em Brasília na madrugada; incluir compromissos de última hora, como na segunda-feira passada,
quando estava no Rio e acabou
indo tarde da noite ao aniversário do governador Sérgio Cabral (PMDB); e agendar vários
eventos seguidos no mesmo dia
nas viagens pelo país.
Em seu programa semanal
de rádio "Café com o Presidente", Lula disse que a crise de hipertensão foi "um aviso de que
o corpo humano é uma máquina, ou seja, ela pode funcionar
bem 80 anos, 40 anos, 30 anos,
mas um dia ela pode ter um
problema", segundo ele, "talvez
por excesso de trabalho". Mas
deixou claro que não vai parar.
"Eu sou carro-chefe, eu tenho que trabalhar mesmo... Um
presidente da República não
pode ficar em Brasília, tem que
viajar o Brasil mesmo e percorrer o Brasil, visitar as obras,
inaugurar, dar as ordens de serviço. É esse meu papel", disse.
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