|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para petista, decisão busca reeditar aliança
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O provável candidato do PT à
Presidência, Luiz Inácio Lula da
Silva, disse ontem que a decisão
do Tribunal Superior Eleitoral de
verticalizar as coligações partidárias tem como objetivo a manutenção da aliança governista em
torno do PSDB.
"A lei tem endereço certo: é dificultar a dispersão na base governamental", disse Lula, na abertura ontem à noite do 4º Congresso
da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil, em São Paulo.
Segundo Lula, a decisão foi tomada para prejudicar o PMDB e o
PFL. "Na minha opinião, essa medida foi feita para atingir o PMDB
e o PFL. O governo quer que o
PMDB nacionalmente se alie a ele
e quer que o PFL não tenha candidato próprio", afirmou.
O petista declarou que, dependendo da interpretação final da
decisão da Justiça Eleitoral, a suposta intenção do governo não se
concretizará.
"Não está regulamentado ainda
se um partido que não fizer aliança nacional ficará livre para as
alianças regionais. Se puder, o intento do governo acabou", disse,
em referência do PMDB, que pode não fechar coligação nacional
para fazer acordos estaduais.
Mais cedo, em Porto Alegre
(RS), o petista havia dito que a decisão causou mais prejuízos para
a candidatura do deputado federal José Genoino ao governo de
São Paulo do que para a sua própria candidatura à Presidência da
República.
Lula se referiu de forma geral às
coligações que o PT faria nos Estados, mas destaca especialmente
sua preocupação em relação à
candidatura de Genoino.
""Para o PT, nacionalmente, o
prejuízo é muito menor do que
para o PT em muitos Estados. O
Genoino em São Paulo, por exemplo, estava costurando alianças
com o PPS, com o PSB, com setores do PMDB, com o PDT. Isso,
agora, fica inviável", disse Lula, citando, ainda, a aliança tradicional
do PT, no Rio Grande do Sul, com
o PSB do governador do Rio de
Janeiro, Anthony Garotinho, pré-candidato à Presidência.
A preocupação de Lula e do PT
paulista, na verdade, está especialmente vinculada à tentativa de
aproximação existente entre a
candidatura de Genoino e o
PMDB, partido com força regional e nacional para enfrentar Paulo Maluf (PPB) -mais bem colocado na pesquisa Datafolha.
Na segunda, Lula terá uma reunião com pesquisadores que trabalham para o PT em uma análise
sobre a reforma política. O partido espera ter uma idéia mais precisa da situação causada pela decisão do TSE. Lula evitou dizer
quem seria o mais prejudicado
nacionalmente, mas afirmou que
a governadora Roseana Sarney
(PFL-MA) é quem mais reclama.
As declarações de Garotinho a
respeito de uma eventual negociação com o candidato do PPS,
Ciro Gomes, e não com Lula, contrariaram o PSB gaúcho.
O presidente do PSB no Rio
Grande do Sul, Beto Albuquerque, disse que Garotinho ""passou
dos limites" e ""não pode emitir
sentenças com vetos".
Texto Anterior: Eleição-2002: Plano de Lula deve evitar temas polêmicos Próximo Texto: Pimenta será coordenador de Serra Índice
|