São Paulo, quinta-feira, 02 de março de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ELEIÇÕES 2006/GOVERNO DE SÃO PAULO

É o que mostra pesquisa Ibope; ex-prefeita tem 26% das intenções de voto e senador, só 14%

Quércia perde para Marta, mas ganha de Mercadante

RENATA LO PRETE
EDITORA DO PAINEL

Pesquisa do instituto Ibope a ser divulgada hoje mostra Marta Suplicy (PT) pela primeira vez à frente da disputa pelo governo de São Paulo. A ex-prefeita, derrotada em 2004 ao buscar um segundo mandato na capital, tem 26% das intenções de voto. Em segundo lugar aparece Orestes Quércia (PMDB), com 20%.
Como a margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais, para cima ou para baixo, eles podem estar no limite do empate, mas tecnicamente não é essa a hipótese mais provável.
O ex-governador, que em dezembro passado liderava nos seis cenários apresentados ao eleitor em levantamento do Datafolha, continua assim no Ibope quando o petista é Aloizio Mercadante. Nesse caso, Quércia registra 26%, contra 14% do senador.
No principal cenário Marta-Quércia, nenhum outro candidato chega perto dos dois dígitos. Pela ordem, aparecem Carlos Apolinário (PDT, 5%), José Anibal (PSDB, 4%), Guilherme Afif Domingos (PFL, 2%) e Beto Mansur (PP, 2%).
O mesmo ocorre no principal cenário Quércia-Mercadante: Apolinário (6%), Anibal (4%), Afif (3%) e Mansur (2%).
O desempenho de Quércia e dos dois petistas oscila para baixo quando o candidato do PP é Paulo Maluf. No cenário com Marta, ela anota 23%, o peemedebista, 17%, e o ex-prefeito, 13%. Quando entra Mercadante, Quércia lidera com 23%, e o petista e Maluf empatam em 13%.
No próprio entorno do ex-prefeito, porém, poucos apostam em sua candidatura a governador. Consideram mais provável que ele concorra a deputado federal.
Nos dois últimos cenários da pesquisa, sai José Anibal e entra Paulo Renato como candidato do PSDB. Enquanto o desempenho do vereador oscila entre 3% e 4% nas diferentes composições, o do ex-ministro da Educação de FHC varia de 1% a 2%.

Tucano virtual
Em todos os cenários, é elevado o percentual de entrevistados que declaram intenção de votar branco ou nulo (de 28% a 32%). Analistas atribuem esse dado, entre outros fatores, à inexistência de um candidato definido e/ou amplamente conhecido do PSDB, há quase 12 anos no Palácio dos Bandeirantes e força política de grande expressão no Estado.
O levantamento foi encomendado ao Ibope pelo SETCESP (Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região). É o primeiro de uma série de cinco que o SETCESP pretende divulgar até o final do semestre, quando as convenções partidárias escolherão oficialmente os candidatos.
De acordo com o presidente do sindicato, Urubatan Helou, a idéia é fornecer um serviço similar ao da CNT (Confederação Nacional dos Transportes), contratante da pesquisa Sensus -a versão paulista traz, além de intenção de voto, avaliação dos governos federal e estadual.
"Todas as pesquisas eleitorais irão ser divulgadas", afirma Helou, "independentemente de quem estiver na frente".
O Ibope entrevistou 1.204 pessoas no Estado de São Paulo entre os dias 18 e 23 de fevereiro. A pesquisa está registrada no TRE-SP sob o número 708898/2006.

Disputa petista
O PT marcou para o próximo dia 7 de maio as prévias que definirão seu candidato à sucessão do tucano Geraldo Alckmin. Marta e Mercadante são os dois nomes colocados. Dentro do partido, ela está em vantagem na capital e em alguns municípios importantes da Grande SP. Ele ganhou terreno no interior do Estado.
Até o momento, Lula não manifestou publicamente preferência por nenhum dos dois pré-candidatos, embora predomine no PT e no governo a opinião de que o presidente se inclina para Mercadante. Mas, quando Marta o visitou no Planalto, ele nada fez para dissuadi-la de concorrer.


Texto Anterior: Painel
Próximo Texto: Para o Senado, Alckmin venceria
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.