São Paulo, terça-feira, 02 de março de 2010

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Cara de paisagem

Embora incomodada, a cúpula do DEM decidiu não reagir publicamente à sugestão, feita por Fernando Henrique Cardoso, de que Tasso Jereissati seja vice de José Serra caso Aécio Neves rejeite a missão.
O silêncio tem dois motivos. Primeiro, os "demos", empenhados em convencer Aécio, avaliam que a intervenção do ex-presidente não contribui para o sucesso da tarefa. O segundo motivo diz respeito à imagem do partido. Alquebrado, o DEM sabe que não está em condições de exigir assento na chapa. Mas uma coisa é abrir mão para Aécio, o vice dos sonhos. Outra é ver o PSDB passar a procurar opções dentro de casa sem nem mesmo consultar seu parceiro preferencial.



Direito autoral. Aécio lembrava ontem que foi o primeiro a sugerir o nome de Tasso como vice, em recente jantar na casa de FHC.

É a transferência. Entre os eleitores que avaliam o governo Lula como ótimo ou bom no Datafolha, 35% declaram intenção de votar em Dilma (eram 30% em dezembro) e 27% optam por Serra (contra 33% na pesquisa anterior).

Cubo mágico 1. Com o crescimento das apostas num entendimento do campo lulista em Minas, o desenho mais provável hoje teria Hélio Costa (PMDB) para governador com um vice indicado pelo grupo do ex-prefeito de BH Fernando Pimentel (PT). Um nome cotado é o do deputado Virgílio Guimarães (PT).

Cubo mágico 2. José Alencar (PRB) iria para o Senado, tendo como suplente o ministro Patrus Ananias (PT).

Pela mão. Para Dilma não perder o embalo quando deixar o governo, o núcleo da campanha quer que prefeitos de regiões por ela visitadas tirem licença por alguns dias para acompanhar a candidata.

Bônus. Com a indefinição de Ciro e o PT ainda sem candidato em SP, Dilma será a estrela solitária das próximas inserções estaduais da sigla.

Microfone. O presidente da OAB, Ophir Cavalcante, avisou José Dirceu que o encontro entre os dois, amanhã, será aberto à imprensa. O ex-ministro pediu a conversa para explicar sua participação no episódio da Eletronet.

Carteira. O advogado Peterson Ramos (PPS) entrou com representação para excluir Dirceu do cadastro da OAB. Acusa-o de violação de conduta ética por ter prestado serviço à Eletronet, interessada na ressurreição da Telebrás.

Cimento 1. Técnicos do TCU apontam indícios de irregularidades graves em cinco obras (quatro delas incluídas no PAC) que não faziam parte da lista divulgada pelo tribunal em setembro do ano passado. Além da paralisação, recomendam a suspensão de pagamentos em duas delas.

Cimento 2. Das cinco obras, as mais importantes são o projeto habitacional Vila da Barca (PA) e o aeroporto de Goiânia (GO). Nos dois casos há suspeita de sobrepreço.

Drive-thru. Lula chegou à posse de José Mujica com o novo presidente do Uruguai já a postos e o Hino Nacional em plena execução. E seguiu para o Chile antes do evento da transmissão de cargo.

Lembrança. Para homenagear Lula, que acabou de visitar o país, o governo de El Salvador determinou que telões do aeroporto da capital executem o hino brasileiro até sábado, a cada cinco minutos.

Nem aí. Degolado no escândalo dos atos secretos, Agaciel Maia distribuiu em Brasília calendários em que aparece com o broche de diretor-geral do Senado.

Visita à Folha. José Gomes Temporão, ministro da Saúde, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava com Gabriela Wolthers, assessora de comunicação.


com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER

Tiroteio

"Depois de um engenheiro transformar o DF em caso de polícia, um coronel da bancada da bala se apresenta para terminar a aventura."

De CHICO VIGILANTE (PT-DF), sobre o fato de o deputado federal Alberto Fraga (DEM), aliado de todas as horas de José Roberto Arruda, ter se lançado candidato à sucessão do governador preso.

Contraponto

Melhores amigos

Representantes de diferentes partidos políticos se reuniram na sexta-feira passada na sede da Rede Globo, no Rio de Janeiro, para discutir a cobertura das eleições deste ano. Com a mesa cheia, um diretor da emissora fez menção de dar início ao trabalho:
-Bom, acho que podemos começar, certo?
Foi então que alguém notou a ausência de representante do PMDB, aliado preferencial de Dilma Rousseff. Os tucanos presentes miraram o secretário-geral do PT, José Eduardo Martins Cardozo, e um deles observou:
-Bom, quem decide se esperamos o PMDB é o PT...


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