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Convite a adversários causa mal-estar entre Serra e Aécio
Pré-candidato paulista gostaria de fechar chapa, mas mineiro resiste à pressão
Cerimônia pelo centenário de Tancredo pode reunir tucano paulista e Ciro em Belo Horizonte; PSDB cobra anúncio de candidatura já
Edson Silva/Folha Imagem
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O governador José Serra cumprimenta copeira em inauguração de escola técnica, em Olímpia (SP)
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
VALDO CRUZ
SUCURSAL DE BRASÍLIA
O convite feito pelo governador de Minas, Aécio Neves, para que os principais opositores
do tucano José Serra à Presidência compareçam à comemoração do centenário de Tancredo Neves, na quinta-feira,
provocou mais um mal-estar
na já conturbada relação entre
os dois correligionários.
Serra ficou contrariado pela
possibilidade de ter de dividir o
palanque na solenidade, em Belo Horizonte, com Ciro Gomes
e Dilma Rousseff. O deputado
do PSB foi convidado e deve ir
ao evento. Já a assessoria da
Casa Civil diz que a ministra
ainda não foi diretamente convidada e não tem viagem programada a Minas, mas aliados
do paulista viram no convite a
Lula e equipe uma brecha para
a presença da rival do tucano.
Apesar do risco de constrangimento, Serra não poderá faltar ao evento, pois costura a
participação de Aécio em sua
chapa, como vice. O convite
"ecumênico" é uma ação de Aécio para reforçar a imagem da
qual se orgulha, de conciliador.
Segundo tucanos, Serra descartou a hipótese de faltar à cerimônia. Ele vai participar ainda de uma sessão solene no Senado amanhã de manhã em homenagem a Tancredo.
O aceno, porém, não será suficiente para convencer Aécio.
Sondado por emissários de Serra, ele avisou que não aceitaria
a vice mesmo que o governador
de São Paulo condicionasse o
anúncio de sua candidatura à
chapa puro-sangue.
Segundo tucanos, Aécio foi
consultado sobre o que responderia se Serra o convidasse para
a vice, lançando, a partir de Belo Horizonte, sua candidatura.
Aécio reafirmou a intenção de
concorrer ao Senado.
Preocupado com o desempenho do paulista no último Datafolha, o comando do PSDB
decidiu cobrar, para esta semana, a declaração de Serra de
candidatura à Presidência.
Sob pressão de aliados -que
esperam dele sinais contundentes nesta semana- ,Serra
alega que não há diferença em
anunciar a candidatura agora
ou no fim do mês.
Tucanos, no entanto, discordam sob o argumento de que
não pode mais pairar dúvida
sobre sua disposição de concorrer à Presidência.
Antes restrita a um grupo
-liderado pelo presidente do
PSDB, Sérgio Guerra (PE)-, a
tese reverbera entre os principais interlocutores de Serra.
Como Aécio resiste à ideia da
vice, tucanos trabalham com o
nome do senador Tasso Jereissati (CE) para a vaga. Patrocinada pelo pelo ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, a
presença de Tasso teria o papel
de melhorar o desempenho de
Serra no Nordeste.
A proposta esbarra, porém,
nas restrições dos democratas.
Segundo o presidente nacional
do DEM, Rodrigo Maia (RJ), a
busca por outra alternativa pode passar um sinal de fragilidade. "Temos que insistir em Aécio. Essa é a chapa mais competitiva", disse Maia.
Segundo o Datafolha, a vantagem de Serra sobre Dilma
caiu de 14 para 4 pontos no cenário com Ciro candidato.
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