São Paulo, sábado, 02 de abril de 2005

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PAINEL

Último a saber
Lula terá de fazer força se quiser deixar claro que Aldo Rebelo não só foi mantido no posto como responde, de fato, pela coordenação política. O ministro soube do recuo do governo na negociação da MP 232 depois do anúncio feito pelo senador Aloizio Mercadante (PT-SP).

Anatomia do recuo
Lula decidiu manter a correção da tabela do IR na noite de quarta. Primeiro avisou Antonio Palocci, contrário à idéia. Na quinta, no vôo para São Paulo, anunciou a medida à comitiva e ao líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Pombo-correio
O presidente assinou a nova MP, despida do aumento de impostos, ainda na Base Aérea, ao voltar a Brasília na quinta à noite. A pressa era para dar tempo de publicá-la ainda ontem.

Tesoura afiada
No governo, é unânime a avaliação de que só o projeto de lei anunciado pela Fazenda não cobrirá a perda de receitas com a correção da tabela do IR. Vêm aí novos cortes no Orçamento.

Líder Lula
Do prefeito de Aracaju , Marcelo Déda (PT), sobre as mágoas deixadas pela não-reforma ministerial: "O presidente não pode governar como se estivesse no "Big Brother", preocupado com quem vai para o paredão".

Tipo exportação
Apesar de viver novo inferno astral, José Dirceu ainda colhe os louros de sua recente atuação como chanceler informal: Condolezza Rice telefonou ao chefe da Casa Civil para acertar os detalhes de sua vinda ao Brasil.

Check-up
Na segunda-feira, Severino Cavalcanti (PP-PE), que é diabético, estava com altos índices de açúcar no sangue. O fato ajudou aliados a convencê-lo a baixar o tom e desistir da idéia se explicar em rede nacional de TV.

Arauto da crise
Irritado com o seqüestro de R$ 57 mi de SP pelo Tesouro, Geraldo Alckmin desistiu de prestigiar a agenda presidencial quinta em São Carlos. Seu secretário João Carlos Meirelles (Ciência e Tecnologia) fez saber a Lula e a José Dirceu que o humor do governador era o pior possível.

Foi o mordomo
Apesar de o bloqueio de recursos para São Paulo ter sido decidido na seara de Palocci, o Palácio dos Bandeirantes vê o dedo de Dirceu na iniciativa. Acha que o chefe da Casa Civil tem dedicado boa parte de seu tempo a maquinar contra Alckmin.

2006 já chegou
Aloizio Mercadante e Geraldo Alckmin se reúnem na próxima semana para discutir a dívida da Vasp. O senador petista diz que as questões entre União, Estados e municípios têm de ser tratadas de forma institucional, mas brinca que não quer herdar o problema caso vire governador.

Mesma turma
O PT rebate a crítica de que a Eletropaulo, ao cortar a luz da prefeitura paulistana, estaria fazendo com Serra o que não pôde fazer com Marta, já que a empresa foi socorrida pelo BNDES. Os petistas lembram que Eduardo Bernini, presidente da Eletropaulo, ocupou o mesmo posto no governo do tucano Covas.

Exame oral
José Pinotti será o terceiro secretário de Serra a passar pela Câmara em menos de cem dias de governo. Na terça ele será sabatinado na Comissão de Educação. O PT não festeja, por prever ataque aos CEUs de Marta.

Irmãos na dor
Braço direito de Serra no Ministério da Saúde, o tucano Barjas Negri, a exemplo do ex-chefe, enfrenta dificuldades na vida de prefeito. A Justiça ordenou o bloqueio dos R$ 11,9 mi que Piracicaba tinha em caixa. O dinheiro pagará ação dos anos 80.

TIROTEIO

Do secretário da Casa Civil paulista, Arnaldo Madeira (PSDB), sobre o bloqueio de verbas para São Paulo determinado pelo Tesouro Nacional:
-Quando é para salvar a Marta Suplicy, o Planalto ajuda. Ficou claro e evidente que o governador Geraldo Alckmin está sendo discriminado pelo PT.

CONTRAPONTO

Tribuna errada

Nesta semana, o tempo esquentou na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados, reunida para discutir a convocação da ex-prefeita paulistana Marta Suplicy, que falaria sobre o suposto favorecimento do governo à sua administração no programa de iluminação pública Reluz.
Ex-líder de Marta na Câmara Municipal de São Paulo, o petista José Mentor não se cansava de questionar a medida:
-Se é assim, temos que chamar todos os prefeitos beneficiados-, argumentava ele.
O tucano Eduardo Paes (RJ) rebatia com veemência Mentor, que monopolizava o debate.
Até que José Carlos Machado (PFL-SE), interessado em discutir outro tema, não agüentou:
-Mentor, você agora está na Câmara dos Deputados, não na dos vereadores. Além do mais, nem tudo que reluz para São Paulo é ouro!


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