DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Está nas mãos do procurador-geral da República, Claudio Fonteles, relatório em que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, é acusado de crime contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro, segundo informou a revista "Carta Capital".
O relatório, preparado pelo perito criminal Renato Barbosa a pedido do procurador da República no Distrito Federal Lauro Cardoso, afirma, segundo a revista, que Meirelles "utilizou-se de engenharias societárias, arquitetadas no Brasil e no exterior, para ocultar, como de fato ocultou, a sua participação como único proprietário das cotas do capital social da Silvania Empreendimentos e Participações Ltda."
Procurado ontem pela Folha, Meirelles disse, por meio de sua assessoria, que não iria se manifestar sobre o relatório divulgado.
Fonteles tem três caminhos a seguir. O primeiro é propor a abertura de investigação criminal no STF. Pode solicitar esclarecimentos a Meirelles antes de optar pela solução mais drástica. A terceira opção seria o arquivamento.
Conforme trechos do relatório reproduzidos pela revista, Meirelles teria omitido ao fisco sua participação societária nas empresas Silvania Empreendimentos e Participações Ltda., Silvania One LLC, Silvania Two LLC e no truste estrangeiro "Henrique Campos Meirelles Revocable".
O perito Barbosa aponta, segundo a revista, 19 alterações societárias envolvendo a Silvania Empreendimentos. O vai-e-vem teria o objetivo de promover alterações contratuais das empresas para que Meirelles permanecesse no controle, mas de forma oculta.
Segundo a revista, a opção de Fonteles deve ser a abertura de inquérito, cujo foco será verificar como sua fortuna foi multiplicada por 66 entre 1996 e 2001.


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