|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PAC será tema central de reunião do ministério
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em meio ao desgaste gerado
pela crise área, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva fará,
hoje, a primeira reunião com o
novo ministério. Na pauta,
além de um balanço da situação
atual, as orientações, sobretudo, para os novatos.
"O objetivo [da reunião] é
passar as diretrizes para os ministros", afirmou o ministro
Franklin Martins (Comunicação Social). O PAC (Programa
de Aceleração do Crescimento)
deverá ser o tema central.
A preocupação do presidente
é fazer deslanchar as obras consideradas prioritárias, independentemente das discussões
para aprovação no Congresso
das medidas provisórias e projetos de lei do programa.
Isso porque o dinheiro para
boa parte dessas obras já está
disponível. No entanto, segundo explicou um interlocutor da
equipe econômica, apesar de
haver dinheiro, faltam projetos
em algumas áreas. A idéia, diz,
"é maximizar o dinheiro disponível". Esse será o dever de casa
repassado aos ministros.
Lula pedirá aos ministros
que têm obra no PAC para informá-lo se não ocorrer a liberação de recursos e aos indicados pelos partidos para conversarem com deputados e senadores para acelerar a votação
do programa no Congresso.
Além do PAC, outro assunto
a ser discutido na reunião ministerial prevista para começar
às 9h, o presidente Lula também deverá pedir empenho dos
partidos que apóiam o governo
para evitar a CPI do Apagão Aéreo. Se isso não for possível, que
mantenha o controle da comissão. Lula deverá falar ainda da
crise aérea, tema de uma reunião prevista para depois com
os ministros da área.
Problema gerencial
Para Lula, o desafio do PAC é
"gerencial" e não político. Algumas medidas incluídas no programa, como a limitação de gastos com despesas correntes,
podem até enfrentar dificuldades de aprovação no Congresso, mas os R$ 11,3 bilhões previstos para obras do PPI (Programa Piloto de Investimento)
deverão ser gastos.
Por isso, é preciso ter projetos. Segundo um técnico da
área econômica, a liberação dos
recursos do orçamento deste
ano até está caminhando bem,
mas para usar toda verba do
PPI será preciso acelerar.
Nos cálculos dele, se for mantido o ritmo do ano passado, seriam precisos dez anos para o
governo gastar os R$ 69 bilhões
previstos no PAC para investimento da administração direta.
Para evitar que o dinheiro
disponível não seja usado, o Comitê Gestor do PAC criou núcleos específicos que acompanham cada área. Um projeto
que empaque poderá ter a verba transferida para outra pasta.
Além do ministério, participarão do encontro os líderes do
governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE), e no
Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). A senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), líder no Congresso, está nos EUA.
Segundo Jucá, um dos recados do presidente será que o
novo ministério deve aproveitar a ampla coalizão partidária
e "também têm que fazer política". "Ministro tem que retornar telefonemas dos deputados, atendê-los, é preciso ter
presença."
(SHEILA D'AMORIM, SÍLVIO NAVARRO E KENNEDY ALENCAR)
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: PT terá mais da metade dos cargos comissionados Índice
|