São Paulo, segunda-feira, 02 de abril de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Em Camp David, jornalistas são vigiados por fuzileiros e não podem nem fumar

DO ENVIADO A CAMP DAVID

Todos os olhos do ônibus pintado com cores camufladas estavam nos olhos azuis do fuzileiro naval, que aparentava pouco mais de 18 anos e vigiava sem piscar o grupo de repórteres que era levado ao hangar em que Luiz Inácio Lula da Silva e George W. Bush dariam uma entrevista, em Camp David.
Em suas mãos, uma metralhadora. No corpo, pentes de bala bastantes para matar duas vezes cada um dos cerca de vinte jornalistas. E a sensação de que não hesitaria em usá-los.
Os jornalistas passaram por revista rigorosa e dois checkpoints na estrada que liga a base ao alto da montanha onde fica o retiro presidencial. Tiveram confiscados celulares que fazem imagens e ouviram instruções proibindo fotos. "Gestos que dêem a impressão do ato de fotografar serão vistos como atos hostis."
O sinal dos celulares foi derrubado por medidas de segurança. O acesso ao exterior do hangar era impedido por outro fuzileiro. A ida aos lavatórios, acompanhada por soldados.
Um cinegrafista tentou fumar ao ar livre. Ouviu de um fuzileiro que era proibido fumar na casa do presidente. "Mas é o lado de fora", argumentou. "Camp David inteiro é a casa do presidente", ouviu. Não era o caso de insistir. (SD)


Texto Anterior: Brasil sediará reunião sobre biocombustíveis em 2008
Próximo Texto: Entrevista da 2ª/Marta Suplicy: Disputar o cargo de governadora em 2010 é mais adequado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.