Para o advogado de federação de trabalhadores rurais, grileiros são os principais suspeitos do crime

JOÃO CARLOS MAGALHÃES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM

Um dos principais líderes da Fetraf (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar) no Pará foi assassinado com cinco tiros na cabeça anteontem, em Redenção (PA).
Pedro Alcântara, 55, era coordenador da federação no sul do Estado e vinha sendo ameaçado de morte havia pelo menos cinco anos. Ex-vereador, ele militava em grupos de defesa dos direitos de sem-terra desde a década de 1980.
A morte será investigada pela Deca (Delegacia de Conflitos Agrários), que deve contar com reforço de uma equipe de Belém (PA). Para os policiais, é quase certo que o líder foi vítima de pistoleiros contratados por fazendeiros descontentes com o seu trabalho.
De acordo com o advogado da Fetraf, Marden Novaes, invasões organizadas por Alcântara podem ter motivado o crime.
Uma delas ocorreu na fazenda Cristalino, da Agropecuária Santa Bárbara Xinguara, ligada ao grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas e maior proprietária de terras na região sul e sudeste do Pará.
Para o advogado, dificilmente a empresa de Dantas tem relação com o crime. A maior suspeita, afirmou, recai sobre 34 grileiros, que ocupam a área.
A reportagem entrou em contato com a empresa, mas, até a conclusão desta edição, ela não havia se pronunciado.


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