DA AGÊNCIA FOLHA

O secretário de Estado de governo do Espírito Santo, Gentil Ruy, pediu afastamento devido às acusações de cobrança de propina de empresas para a liberação de créditos do ICMS. A carta com o pedido de exoneração foi recebida pelo governador José Ignácio (PSDB) anteontem à noite.
É a segunda baixa no primeiro escalão do governo desde que começaram as acusações de propina. Na sexta-feira, o chefe de gabinete do governador, Rodrigo Stefenoni, também pediu para sair.
A crise começou no dia 20, quando o prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Theodorico Ferraço (PTB), levou ao Ministério Público um dossiê com supostos ofícios do governador e de servidores de seu gabinete negociando propina para liberar recursos.
Também foram entregues gravações de conversas entre empresários e lobistas negociando "pedágios" para a liberação de créditos pelo governo do Estado.
As justificativas de Ruy e de Stefenoni para a decisão foram as mesmas. Eles disseram que entregaram o cargo para evitar insinuações de que estivessem atrapalhando as investigações. Após a apuração dos fatos, se propõem a voltar ao governo.
O envolvimento de Ruy e Stefenoni no esquema foi confirmado pela lobista Andréa Cássia Vieira de Souza em depoimento à CPI da Propina da Assembléia Legislativa, na semana passada.
O porta-voz do governador, José Nunes, negou que haja "pedágio" para a liberação de créditos e disse que não há crise no governo.



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