São Paulo, quinta-feira, 02 de maio de 2002

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Para Lula, momento é "favorável" à união da oposição

FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL

O pré-candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, demonstrou ontem confiança na unidade dos candidatos das esquerdas, dizendo que a conjuntura política para tanto é "favorável".
O PT acompanha de perto os desdobramentos da aliança entre PPS, PDT e PTB, que pode se romper por desentendimentos internos. Caso a coalizão desande, os petistas entendem que cresce a abertura para um diálogo com os partidários de Ciro Gomes (PPS). Também têm esperança de atrair Anthony Garotinho (PSB).
"A conjuntura política [para uma união da oposição] é favorável. Vai depender muito da sabedoria de cada um de nós", disse, quando jornalistas pediram sua opinião a respeito dos problemas internos na aliança que apóia a pré-candidatura de Ciro.
Lula, durante ato político em comemoração do Primeiro de Maio, promovido pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), afirmou que ainda há tempo para que a unidade das esquerdas se concretize. "Só deixarei de sonhar com a possibilidade de juntar as candidaturas de esquerda que se oponham ao governo federal quando terminarem as convenções oficiais", afirmou.
Os petistas avaliam apenas qual o momento adequado para intensificar as conversas com os partidários de Ciro. Sabem que a negociação é delicada e temem que uma ação precipitada acabe por minar o esforço.
Em São Paulo, Garotinho disse que a união no primeiro turno "não tem a menor possibilidade". "Sou candidato e estou satisfeito com o PSB e com os partidos pequenos que coligaram conosco."

Sapato alto
Por mais de uma vez, o presidenciável do PT pediu ontem aos petistas que evitem o clima de euforia em razão de seus índices nas pesquisas de intenção de voto, superiores a 30%.
Na hora do almoço, em ato na região de Campo Limpo (zona sul), disse que já pediu ao partido que "não comemore pesquisa boa nem se aborreça com pesquisa ruim". "A campanha nem começou ainda. Nós não entramos em campo ainda", disse.
No final da tarde, em discurso para 4.000 pessoas em Santo André, Lula disse que a campanha precisa ser feita "com humildade, sem orgulho e sapato alto".
O presidente nacional do PT, José Dirceu, acusou o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, de "prejudicar o Brasil" por ter insinuado, em entrevista à Folha, que poderia haver prejuízo no fluxo de investimentos ao país em eventual vitória do petista.


Colaborou LIEGE ALBUQUERQUE, da Reportagem Local



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