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Para Lula, momento é "favorável" à união da oposição
FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL
O pré-candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio
Lula da Silva, demonstrou ontem
confiança na unidade dos candidatos das esquerdas, dizendo que
a conjuntura política para tanto é
"favorável".
O PT acompanha de perto os
desdobramentos da aliança entre
PPS, PDT e PTB, que pode se
romper por desentendimentos
internos. Caso a coalizão desande,
os petistas entendem que cresce a
abertura para um diálogo com os
partidários de Ciro Gomes (PPS).
Também têm esperança de atrair
Anthony Garotinho (PSB).
"A conjuntura política [para
uma união da oposição] é favorável. Vai depender muito da sabedoria de cada um de nós", disse,
quando jornalistas pediram sua
opinião a respeito dos problemas
internos na aliança que apóia a
pré-candidatura de Ciro.
Lula, durante ato político em
comemoração do Primeiro de
Maio, promovido pela CUT (Central Única dos Trabalhadores),
afirmou que ainda há tempo para
que a unidade das esquerdas se
concretize. "Só deixarei de sonhar
com a possibilidade de juntar as
candidaturas de esquerda que se
oponham ao governo federal
quando terminarem as convenções oficiais", afirmou.
Os petistas avaliam apenas qual
o momento adequado para intensificar as conversas com os partidários de Ciro. Sabem que a negociação é delicada e temem que
uma ação precipitada acabe por
minar o esforço.
Em São Paulo, Garotinho disse
que a união no primeiro turno
"não tem a menor possibilidade".
"Sou candidato e estou satisfeito
com o PSB e com os partidos pequenos que coligaram conosco."
Sapato alto
Por mais de uma vez, o presidenciável do PT pediu ontem aos
petistas que evitem o clima de euforia em razão de seus índices nas
pesquisas de intenção de voto, superiores a 30%.
Na hora do almoço, em ato na
região de Campo Limpo (zona
sul), disse que já pediu ao partido
que "não comemore pesquisa boa
nem se aborreça com pesquisa
ruim". "A campanha nem começou ainda. Nós não entramos em
campo ainda", disse.
No final da tarde, em discurso
para 4.000 pessoas em Santo André, Lula disse que a campanha
precisa ser feita "com humildade,
sem orgulho e sapato alto".
O presidente nacional do PT,
José Dirceu, acusou o presidente
do PFL, Jorge Bornhausen, de
"prejudicar o Brasil" por ter insinuado, em entrevista à Folha, que
poderia haver prejuízo no fluxo
de investimentos ao país em eventual vitória do petista.
Colaborou LIEGE ALBUQUERQUE, da
Reportagem Local
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