São Paulo, quinta-feira, 02 de maio de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

"Com Clinton, éramos felizes e não sabíamos", afirma tucano

Bush "volta as costas para a América Latina", diz Serra

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

O pré-candidato do PSDB à Presidência, senador José Serra (SP), disse ontem que a política externa dos Estados Unidos ""volta as costas para a América Latina".
Serra afirmou que a relação do ex-presidente Bill Clinton (1993-2001) com os países latino-americanos ""era muito melhor" do que a do atual presidente, George W. Bush. Clinton pertence ao Partido Democrata, enquanto Bush integra o Partido Republicano.
"Nós estamos esperando que o governo Bush melhore essa política, mas até agora o Clinton deixa saudade. Por isso que eu digo que, com Clinton, nós éramos felizes e não sabíamos", declarou.
"A política de Bush está voltando as costas para a América Latina. Tira dela o papel que merece ter. É uma política que não é boa para a América Latina."
Na opinião de Serra, com Bush aumenta o protecionismo (política de favorecimento das empresas dos Estados Unidos em detrimento das de outros países, com o uso de diversas barreiras).
"Do ponto de vista econômico, muita gente dizia preferir Bush porque haveria mais livre comércio. Nunca achei. Houve um recrudescimento do protecionismo. Espero que as coisas melhorem por lá", afirmou o presidenciável tucano.
Serra fez as declarações em Duque de Caxias, município da Baixada Fluminense, na região metropolitana do Rio. Ele passou a tarde fazendo corpo-a-corpo com eleitores ao lado do coordenador da sua campanha no Estado, o prefeito da cidade, José Camilo Zito dos Santos (PSDB).
O pré-candidato defendeu uma revisão global da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Serra afirma defender a pluralidade sindical (direito de constituição de mais de um sindicato de base na mesma categoria) e a ""flexibilidade" nas negociações entre empregados e patrões.
Ele prometeu estimular aprendizes nas empresas. ""O jovem tem dificuldade de se empregar por causa da rigidez da legislação." Voltou a dizer que criará cursos pré-vestibulares para jovens de baixa renda.
Candidato do presidente Fernando Henrique Cardoso, no governo desde 1995, Serra afirmou que "o saneamento andou aquém do necessário nos últimos anos".
Afora Zito e um deputado federal (Doutor Heleno) ligado ao prefeito, nenhum dirigente estadual do PSDB participou das atividades do presidenciável. Serra disse que elas foram definidas de última hora, anteontem à tarde.
O secretário-geral do PSDB, deputado Márcio Fortes (RJ), afirmou por telefone que a ausência foi proposital: "Descobrimos que o povo está reagindo a esse tipo de assédio por parte dos políticos, que chegam ao local com o candidato majoritário e milhões de deputados panfletando e atuando como uma espécie de papagaio de pirata. Isso gera mais antipatia do que simpatia".
Um carro com adesivos nas portas informando estar ""a serviço da Prefeitura de Duque de Caxias" acompanhou as atividades. Zito disse que não houve uso da máquina e que o carro -Uno placa LJM-3832- não é da prefeitura e estava lá por acaso.


Colaborou ANTÔNIO GOIS, da Sucursal do Rio



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