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RUMO ÀS ELEIÇÕES
"Com Clinton, éramos felizes e não sabíamos", afirma tucano
Bush "volta as costas para a
América Latina", diz Serra
MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO
O pré-candidato do PSDB à Presidência, senador José Serra (SP),
disse ontem que a política externa
dos Estados Unidos ""volta as costas para a América Latina".
Serra afirmou que a relação do
ex-presidente Bill Clinton (1993-2001) com os países latino-americanos ""era muito melhor" do que
a do atual presidente, George W.
Bush. Clinton pertence ao Partido
Democrata, enquanto Bush integra o Partido Republicano.
"Nós estamos esperando que o
governo Bush melhore essa política, mas até agora o Clinton deixa
saudade. Por isso que eu digo que,
com Clinton, nós éramos felizes e
não sabíamos", declarou.
"A política de Bush está voltando as costas para a América Latina. Tira dela o papel que merece
ter. É uma política que não é boa
para a América Latina."
Na opinião de Serra, com Bush
aumenta o protecionismo (política de favorecimento das empresas dos Estados Unidos em detrimento das de outros países, com o
uso de diversas barreiras).
"Do ponto de vista econômico,
muita gente dizia preferir Bush
porque haveria mais livre comércio. Nunca achei. Houve um recrudescimento do protecionismo. Espero que as coisas melhorem por lá", afirmou o presidenciável tucano.
Serra fez as declarações em Duque de Caxias, município da Baixada Fluminense, na região metropolitana do Rio. Ele passou a
tarde fazendo corpo-a-corpo com
eleitores ao lado do coordenador
da sua campanha no Estado, o
prefeito da cidade, José Camilo
Zito dos Santos (PSDB).
O pré-candidato defendeu uma
revisão global da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Serra
afirma defender a pluralidade sindical (direito de constituição de
mais de um sindicato de base na
mesma categoria) e a ""flexibilidade" nas negociações entre empregados e patrões.
Ele prometeu estimular aprendizes nas empresas. ""O jovem tem
dificuldade de se empregar por
causa da rigidez da legislação."
Voltou a dizer que criará cursos
pré-vestibulares para jovens de
baixa renda.
Candidato do presidente Fernando Henrique Cardoso, no governo desde 1995, Serra afirmou
que "o saneamento andou aquém
do necessário nos últimos anos".
Afora Zito e um deputado federal (Doutor Heleno) ligado ao
prefeito, nenhum dirigente estadual do PSDB participou das atividades do presidenciável. Serra
disse que elas foram definidas de
última hora, anteontem à tarde.
O secretário-geral do PSDB, deputado Márcio Fortes (RJ), afirmou por telefone que a ausência
foi proposital: "Descobrimos que
o povo está reagindo a esse tipo de
assédio por parte dos políticos,
que chegam ao local com o candidato majoritário e milhões de deputados panfletando e atuando
como uma espécie de papagaio de
pirata. Isso gera mais antipatia do
que simpatia".
Um carro com adesivos nas
portas informando estar ""a serviço da Prefeitura de Duque de Caxias" acompanhou as atividades.
Zito disse que não houve uso da
máquina e que o carro -Uno
placa LJM-3832- não é da prefeitura e estava lá por acaso.
Colaborou ANTÔNIO GOIS, da Sucursal
do Rio
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