São Paulo, domingo, 02 de maio de 2004

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Entrada era paga com metade de cédula de R$ 50

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma busca policial dias antes das eleições no comitê de campanha do candidato Olivan Antonio de Bortoli (PP) resultou em uma das provas decisivas para a perda de seu posto de prefeito de Campos Borges (RS), mais de três anos depois.
Metade de uma nota de R$ 50, com o número 102 anotado a lápis, levou o Ministério Público a reunir provas testemunhais e afirmar que aquele 102 referia-se ao 102º eleitor que teria recebido metade de uma nota de R$ 50 com a promessa de que a outra parte viria após a vitória do candidato do PP.
Essa acusação, aliada à de oferecimento de mercadorias a outros eleitores, acabou resultando na cassação em janeiro deste ano. "Não me recordo de prática semelhante", disse o então procurador regional eleitoral, Francisco de Assis Sanseverino, que acompanhou vários casos de compra de voto entre 2000 e março deste ano.
Já na cidade mineira de Matozinhos havia uma "central de atendimento" aos cidadãos montada por um deputado estadual que, de acordo com o Ministério Público, atendia a todo o tipo de pedido: cestas básicas, ajuda médico-hospitalar, transporte para mudanças.
"A bem dizer, distribuíam de tudo, de dentadura a caixão", afirmou a então promotora de Matozinhos, Christianne Cotrim Assad Bensoussan. Adão Pereira Santos (PMN) foi eleito, mas acabou cassado em dezembro de 2001. (RB)


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