São Paulo, segunda-feira, 02 de maio de 2005

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PAINEL

Discurso de candidato
Se dúvida ainda havia, o pronunciamento de Lula a pretexto do 1º de Maio deixou claro o viés eleitoral da não-renovação do acordo com o FMI. À maneira do que ocorreu sábado, o presidente se apresentará, na campanha de 2006, como o homem que tirou o Brasil do Fundo.

Olimpíada de matemática
A cadeia nacional de TV e rádio serviu de laboratório a outro elemento do discurso de Lula em 2006: ginástica numérica para combater o bordão oposicionista sobre a frustrada promessa de 10 milhões de empregos.

Trabalho de campo
Segundo veneno de um parlamentar petista, Lula levou Duda Mendonça ao Pará, em evento do programa do biodiesel, para o marqueteiro conhecer a agricultura familiar, e assim não voltar a gravar comercial do Pronaf em fazenda de agronegócio.

Reajuste mínimo 1
Cálculos do deputado Pauderney Avelino (PFL-AM), com base na LDO, mostram que, a seguir a fórmula variação do PIB per capital mais inflação, e levadas em conta as previsões oficiais, o salário mínimo será de R$ 321 a partir de maio de 2006.

Reajuste mínimo 2
O valor corresponderia a um aumento nominal de 7% em relação aos R$ 300 atuais, ou cerca de 3% de reajuste real.

Mangas de fora
Conclusão de quem conversou com Aécio Neves na sexta-feira: se não quer ser candidato à Presidência, o governador de Minas está disfarçando bem.

Sem teto
O Sindicato Nacional dos Aeroportuários prepara para o dia 17 paralisação em protesto contra o projeto da Defesa de fazer da Infraero empresa de economia mista. Em carta a Luiz Gushiken (Secom), o presidente José Gomes Sobrinho chama o plano de "privatização branca".

Passado distante
José Dirceu foi sábado à noite ao Cinesesc, em São Paulo, assistir ao filme "Bom Dia, Noite", que reconstitui o seqüestro e o assassinato do líder democrata-cristão italiano Aldo Moro pelo grupo guerrilheiro Brigadas Vermelhas em 78, ano em que o chefe da Casa Civil vivia clandestino no interior do Paraná.

Já vi esse filme
Numa das cenas do longa de Marco Bellocchio, Moro argumenta com um seqüestrador: "Isso que você pensa e escreve hoje terá de escrever de outra forma se chegar ao poder".

Trio de ferro
Indicação quase certa do Senado para o Conselho Nacional de Justiça, o advogado Joaquim Falcão tem como padrinhos os pesos-pesados José Sarney (PMDB-AP), ACM (PFL-BA) e Marco Maciel (PFL-PE).

Assentos livres
Se a vaga da Câmara no CNJ tem dois concorrentes -o secretário nacional de Reforma do Judiciário, Sérgio Renault, defendido pelo PT e pelo ministro Márcio Thomaz Bastos, e o secretário de Justiça de SP, Alexandre de Moraes, bancado por PFL e PSDB-, a do Ministério Público segue em aberto.

Guerra ao programa 1
Com a presença do presidente Lula e de cinco ministros, será comemorado em Fortaleza, uma das capitais nacionais do turismo sexual, o Dia Nacional de Mobilização contra a Exploração Sexual, em 18 de maio. O ato é organizado pela senadora Patrícia Saboya (PPS-CE).

Guerra ao programa 2
No evento, será anunciado o Fundo de Combate ao Turismo Sexual, financiado por empresários e doações. O ministro Walfrido Mares Guia deve apresentar o anteprojeto de um código nacional para eliminar a prática.

TIROTEIO

Do senador Jorge Bornhausen (SC), presidente do PFL, sobre a promessa de Lula, feita ontem em missa do 1º de Maio, de levar luz a todos até 2008:
-O presidente tomou comunhão sem se confessar e disse que não tinha pecados. Agora faz promessas para 2008 como se não houvesse eleição. Parece que toda vez que se aproxima da igreja ele fica delirante.

CONTRAPONTO

Alarme falso

O líder do PPS na Câmara dos Deputados, Dimas Ramalho (SP), reuniu há poucos dias em seu apartamento funcional em Brasília parlamentares do partido para discutir o futuro da bancada após a saída do ministro Ciro Gomes (Integração Nacional), que deve ocorrer em breve.
Ramalho fez um apelo pela unidade da sigla. Dirigiu-se com atenção especial ao colega B. de Sá (PI), cuja saída, hoje irreversível, era à época já quase certa.
-Vou pensar, vou refletir, mas posso dizer que minha decisão está quase tomada, e vocês todos já sabem qual é.
Instantes depois, enquanto o debate corria solto, o deputado piauiense levantou-se e disse:
-Estou indo...
Foi contido por um coro:
-Não, B., fique, não vá!
Ao que retrucou:
-Calma, pessoal, ainda não estou saindo do partido. Por enquanto vou só ali ao banheiro.


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