São Paulo, quarta-feira, 02 de maio de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Capítulo dois

No entender do Palácio do Planalto, a novela das hidrelétricas do rio Madeira não terminará com a tão esperada concessão da licença prévia pelo Ibama. Vencida essa etapa, caberá ainda ao instituto, mais adiante, conferir a chamada licença de instalação, a partir da qual poderão ter início as obras de Santo Antônio e Jirau, prioritárias dentro do PAC.
O governo teme que o Ibama, "vencido" em suas resistências a conceder a licença prévia, estabeleça na próxima etapa um conjunto de exigências elevado a ponto de encarecer expressivamente o custo das obras e diminuir a competitividade do leilão.

Redução de danos. Confirmada a intenção dos governistas de ocupar os postos de comando da CPI do Apagão Aéreo, tucanos com menos disposição para litígio pretendem negociar com PT e PMDB uma definição de "procedimentos" na apuração. Dizem que isso evitaria "radicalizações" de ambos os lados.

No muro. Do deputado José Aníbal (PSDB-SP) sobre a falta de entendimento dos tucanos com o aliado DEM para definir a estratégia de atuação na CPI da Câmara: "O atrito tende a se multiplicar enquanto não resolvermos nossa situação interna de ambigüidade e falta de rumo".

Satisfação celestial. Logo após o fim da missa de 1º de Maio em São Bernardo do Campo, perguntaram a Luiz Marinho se ele compareceria à festa da CUT, central sindical que já dirigiu. O agora ministro da Previdência disse que não seria necessário. "Já prestei contas a Deus."

Aleluia. Senadores brincam com apoio entusiasmado do colega Marcelo Crivella (PRB-RJ) à secretaria criada para Roberto Mangabeira Unger. Eles afirmam que "o instrumento das ações de longo prazo da nova pasta será a Igreja Universal, e o objetivo, o reino de Deus".

Eu, não. O deputado Eunício Oliveira (CE) nega estar alimentando o noticiário negativo contra Jader Barbalho (PA), ao contrário do que pensa seu colega de PMDB.

Aperto. Não é apenas o PT nacional que vive situação financeira crítica. Com dívida de R$ 1,5 mi, o diretório paulista do partido pôs em prática um plano para cortar 25% de seu orçamento, que gira em torno de R$ 300 mil mensais. A reestruturação prevê a demissão de funcionários.

Dívida ativa. Ao analisar as finanças em São Paulo, os dirigentes se impressionaram com a inadimplência dos deputados estaduais da sigla. Entre os maiores devedores do "dízimo" petista no Estado, segundo o levantamento, estão Vicente Cândido -cerca de R$ 200 mil- e Ênio Tatto -cerca de R$ 100 mil.

Apelo. Com a indefinição sobre a instalação da CPI da Nossa Caixa, a bancada petista da Assembléia decidiu recorrer ao presidente do Tribunal de Justiça paulista, Celso Limongi. Os deputados querem pedir, em reunião no dia 9, mais celeridade no julgamento de ações da oposição contra o governo José Serra.

Sinal trocado. Em Londrina, cidade paranaense administrada pelo PT, os integrantes do partido estão sendo acusados de "privatistas" pela oposição, incluindo o PSDB. Isso porque a prefeitura pretende vender boa parte de suas ações da Sercomtel, empresa de telefonia que é controlada pelo município.

Tutela. O PSDB paulista enquadrou 52 diretórios municipais que não estão dispostos a lançar candidato próprio a prefeito em 2008. A partir de agora, qualquer decisão partidária que vise à sucessão nessas cidades -estão na lista Guarulhos e São Bernardo- terá de passar pelo crivo do comando estadual da sigla.

Tiroteio

Paulinho mostra que aprendeu algo com os homossexuais. Falta só aprender a respeitá-los.


Da deputada MARIA DO ROSÁRIO (PT-RS), integrante da Frente Parlamentar pela Cidadania GLBT, sobre o fato de o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), ter dito ontem na festa da central que meio ambiente, tempos atrás, "era coisa de veado".

Contraponto

Made in Brazil

No dia 17 passado, o ministro da Cultura, Gilberto Gil, veio a São Paulo para participar de um debate sobre a identidade da moda brasileira. Em sua fala, classificou o setor como "parte vital" da cultura nacional.
Já de saída, após conceder uma entrevista coletiva, Gil foi abordado por uma repórter:
-O que o senhor está vestindo?
-O terno é Prada. A camisa, a gravata e os sapatos são Armani-, respondeu ele.
-Até a meia é importada, ministro?
Gil foi obrigado a confessar:
-Hoje, só a cueca é brasileira.


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