São Paulo, sexta-feira, 02 de maio de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Eu vou

Enquanto os partidos que compõem o chamado bloquinho, PDT, PC do B e PSB, reafirmavam ontem sua disposição de seguirem juntos na eleição paulistana, o deputado Aldo Rebelo (PC do B), um dos pré-candidatos do grupo, avisava que, a depender dele, seu nome estará na cédula em outubro. "Não vou retirar minha candidatura. Por que abriríamos mão de disputar uma prefeitura onde os partidos do bloco têm sólida base social e eleitoral?", diz o parlamentar.
Confirmado plano, restará a Marta Suplicy (PT) centrar fogo no PR, hoje mais próximo do prefeito Gilberto Kassab (DEM), ou tentar uma dissidência no bloco, atraindo o PDT de Paulo Pereira da Silva.



Marcação. Receosos de que o PR feche o acordo em torno da reeleição de Kassab na reunião prevista para amanhã, os aliados de Marta correram para agendar um novo encontro com lideranças do partido também no final de semana.

Ligue "djá". Do líder do PR na Câmara Municipal de São Paulo, vereador Antonio Carlos Rodrigues, sobre um eventual acordo com o PT: "Se a Marta me ligar agora e disser que a vaga de vice é nossa, fecho com ela na hora".

Aposta. Nos cálculos dos martistas, o PR ganharia pouco numa coligação na chapa de vereadores com o DEM, que não tem força de legenda na cidade. Como já garantiu ao partido um acordo semelhante, o PT resolveu deixar a questão do vice para depois.

Para todos. Foi difícil avaliar qual a situação mais constrangedora na festa de 1º de Maio promovida pela Força Sindical ontem em São Paulo: as vaias que interromperam Marta ou o misto de indiferença e silêncio que a multidão dispensou às falas de Aldo e do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Blindagem. Na festa da Força, cada vez que os repórteres se aproximavam de Paulo Pereira da Silva para que ele comentasse a Operação Santa Tereza, da qual é alvo, um grupo de sindicalistas corria para tomar a frente do deputado, que tem evitado tratar do tema publicamente.

Melhor idade 1. Carlos Alberto Direito, do Supremo Tribunal Federal, se uniu ao titular da Defesa, Nelson Jobim, e trabalha para que a Câmara coloque em votação nos próximos dias a PEC que eleva de 70 para 75 anos a idade de aposentadoria compulsória dos ministros do STF.

Melhor idade 2. Apelidado de "PEC da Bengala", o projeto de emenda constitucional em tramitação na Câmara atende diretamente aos interesses de Direito, que ingressou no Supremo em 2007 bem próximo à idade limite, 65 anos. Com a aprovação, o ministro ganharia tempo e poderia eventualmente chegar à presidência do tribunal.

Esqueleto. Relançada na quarta-feira por Lula e pelos governadores com pompa, a Sudene, tal como funciona hoje, é pouco mais que uma carcaça. Toda a sua estrutura, inclusive os cargos de confiança, foi derrubada junto com a medida provisória que criava a Secretaria de Longo Prazo, de Mangabeira Unger.

Superposição. Ao comentar com aliados a pesquisa CNT/Sensus, Lula saudou a aproximação entre seus índices de avaliação pessoal e de aprovação do governo. No seu entender, isso revela "consistência", a despeito daqueles que o acham "personalista".

No radar. Ainda faltam nove meses, mas a eleição para a presidência da Câmara já entrou no rol de preocupações do Planalto. Sondagens de auxiliares de Lula mostram avanço de Ciro Nogueira (PP-PI), que deve enfrentar Michel Temer (PMDB-SP). O governo teme racha na base, como ocorreu na vitória de Severino Cavalcanti (PP-PE).

Tiroteio

Como nunca ouviu falar da palavra autocrítica, resta à oposição tentar tirar casquinha do acerto dos outros.

Do deputado MARCO MAIA (PT-RS) sobre os que também atribuem a FHC a entrada do Brasil no rol de países onde o investimento é seguro.

Contraponto

Luta de marcas

Os ânimos se acirraram nesta semana na Câmara durante debate de uma medida provisória que muda a forma de tributar cervejas e refrigerantes.
Os deputados se dividiram entre os que reivindicavam a manutenção das regras atuais, com PIS e Cofins incidindo sobre a quantidade de bebida produzida, e os que defendiam a cobrança sobre o preço do produto, medida que beneficiaria fábricas de pequeno porte.
Entre um bate-boca e outro, José Genoino (PT-SP) se aproximou da pequena bancada do PSOL e brincou:
-Já houve um tempo aqui em que as contradições eram entre capital e trabalho. As coisas mudaram: agora, a luta é entre a Coca-Cola e a Tubaína...


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