São Paulo, domingo, 02 de maio de 2010

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Roupa nova

Candidata mulher é diferente. Enquanto as discussões de José Serra (PSDB) com assessores sobre vestuário se limitam à questão da cor (da camisa, da gravata ou do terno, a depender da ocasião), na campanha do PT cada um tem uma opinião sobre o figurino ideal para Dilma Rousseff -inclusive Lula, que gostaria de vê-la um pouco mais "arrumada", tomando como exemplo os terninhos de estilo "executiva" usados pela ex-presidente do Chile Michelle Bachelet.
Como em tudo mais, porém, Dilma tem suas próprias opiniões. Aceita até certo ponto as sugestões dos assessores, mas gosta de conforto e não demonstra disposição de mudar radicalmente o guarda-roupa.




Coleção. Dilma comprou recentemente várias blusas quase do mesmo modelo, em cores diferentes. Num evento com o governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ), usou a azul. No lançamento da candidatura de Aloizio Mercadante (PT-SP), a vermelha. No programa de José Luiz Datena, na Band, a versão em roxo.

Como ela é. Do deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), amigo do peito de Lula, sobre as diferenças entre o presidente e sua candidata: "Eles não são iguais e nunca vão ser. A Dilma tem que ser aquela mãezona que manda a gente fazer a lição de casa, senão vai pro castigo. Tem que ser dura. Se for meiga, não é ela".

Dupla função 1. Na origem apenas um entre vários nomes mencionados, Francisco Dornelles (PP-RJ) terminou a semana como o mais provável companheiro de chapa de José Serra, desde que Aécio Neves (PSDB), primo do senador, não se interesse mesmo pela vaga.

Dupla função 2. Se eventualmente Aécio quiser ser vice, Dornelles não se oporá à ideia, pelo contrário, e ainda terá cumprido uma função importante: guardar a cadeira, afastando outros postulantes e evitando que o assunto seja discutido agora, algo que não interessa a ninguém.

Três na bancada. Serra, Dilma e Marina Silva (PV) aceitaram participar no próximo dia 25 de evento no qual a CNI (Confederação Nacional da Indústria) lançará sua agenda 2011-2015.

Chalita... Ainda que a candidatura de Paulo Skaf ao Palácio dos Bandeirantes não sobreviva e o PSB venha a apoiar Aloizio Mercadante, o ex-tucano e neossocialista Gabriel Chalita corre o risco de ficar fora da chapa comandada pelo PT. O vereador quer disputar vaga no Senado.

...ou Netinho? O presidente do PT paulista, Edinho Silva, e o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, defendem Chalita, mas tanto Mercadante quanto a candidata petista ao Senado, Marta Suplicy, preferem dar o outro lugar na chapa ao vereador Netinho de Paula (PC do B).

W x W. Na Bahia, os petistas Waldir Pires e Walter Pinheiro disputam a vaga do partido na chapa para o Senado. Candidato à reeleição, o governador e correligionário Jaques Wagner prefere Pires.

Então tá. No Ceará, uma possível reviravolta: Patrícia Saboya (PDT), que havia desistido de tentar novo mandato no Senado, ensaia uma dobradinha com Tasso Jereissati (PSDB). Ela também avisou que não fará campanha para Dilma Rousseff. É o primeiro movimento no Estado desde que Ciro Gomes (PSB), ex-marido de Patrícia, foi expelido da disputa presidencial.

Preventivo. Entre as razões que levaram o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), a rifar na última hora a candidatura de seu vice, Ricardo Ferraço (PMDB), optando pelo apoio a Renato Casagrande (PSB), está uma articulação comandada pelo PT do prefeito de Vitória, João Coser. A maioria dos petistas temia o desempenho de Ferraço na campanha e, pior, desconfiava que ele não cumpriria a partilha de cargos caso se elegesse.

com SILVIO NAVARRO e ANDREZA MATAIS

Tiroteio

Incrível: em menos de 48 horas, Dilma apoiou a alta dos juros, criticou o MST e defendeu a decisão do STF de que a Lei da Anistia vale para todos.

Do deputado RODRIGO MAIA, presidente do DEM, apontando contradição entre opiniões que Dilma manifestou quando ministra e as que declara agora como candidata.

Contraponto

Liberou geral

O presidente da Bolívia, Evo Morales, ofereceu um jantar aos convidados estrangeiros da Conferência Mundial sobre o Clima e os Direitos da Mãe Terra, realizada recentemente em Cochabamba. Na mesa de honra estavam sentados Frei Betto, Leonardo Boff, o padre Miguel D'Escoto (chanceler da Nicarágua) e o padre belga François Houtart. Evo olhou o grupo e comentou brincando:
-Todos religiosos... Não posso servir licor de coca...
Diante do desapontamento da mesa, um dos convidados cochichou ao pé do ouvido de Evo, que emendou:
-Ah! São da igreja da libertação... Então podem ingerir nosso licor, em comunhão mística com os povos andinos!


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