São Paulo, domingo, 02 de maio de 2010

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Sucessão de Lula deve ter recorde de candidatos na disputa desde 1989

MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A eleição presidencial deste ano deve ter o maior número de candidatos em 21 anos. Pelo atual cenário, são 13 postulantes, quase o dobro do último pleito (sete). Só não há mais nomes do que em 1989, quando 22 concorreram ao Planalto na primeira eleição pós-redemocratização.
Na lista dos pré-candidatos, estão os três conhecidos nacionalmente -Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV)- e mais dez de pouca expressão. O quarto nome que poderia se apresentar era o de Ciro Gomes (PSB), mas sua candidatura foi sepultada na semana passada pelo seu partido.
Entre os pré-candidatos, popularmente chamados de nanicos, a maioria apresenta propostas que podem ser classificados, no mínimo, como polêmicas.
José Maria Eymael (PSDC), conhecido pelo bordão "um democrata cristão", tem como principal tema de campanha a "difusão da felicidade". Já Levy Fidélix (PRTB) insiste na construção do Aerotrem e propõe "o fim dos impostos de dez produtos de consumo popular".
Outro veterano é José Maria de Almeida (PSTU), que deve manter seu lema: "Contra burguês, vote 16".
Entre os postulantes há ainda os novatos Oscar Silva (PHS), que quer acabar com o Imposto de Renda e o IPI para substituí-los por um imposto único; Mário de Oliveira (PT do B), que se autoclassifica como conservador e quer acabar com o MST; e Américo de Souza (PSL), que defende "privatização geral".
Além deles, Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), Ivan Pinheiro (PCB), Rui Pimenta (PCO) e Ciro Moura (PTC) também devem concorrer.
Os candidatos nanicos podem contribuir para levar a eleição ao segundo turno. Em 1998, somaram mais que 4% dos votos válidos.
No Datafolha divulgado no final do mês passado, só Mario de Oliveira conseguiu pontuar 1%. Todos os demais estão abaixo desse patamar.
Antonio Augusto de Queiroz, analista político do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), diz que os nanicos podem ser usados como "laranjas" de partidos maiores. "Seguramente deve haver candidatos que serão lançados como linha auxiliar de uma candidatura, só para acusar algum dos candidatos que tenham potencial de ganhar as eleições", disse.
O número de candidatos à Presidência ainda pode mudar. Pela lei eleitoral, e as inscrições de candidaturas devem ocorrer até 5 de julho.


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