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foco
Sucessão de Lula deve
ter recorde de candidatos
na disputa desde 1989
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A eleição presidencial deste
ano deve ter o maior número
de candidatos em 21 anos. Pelo atual cenário, são 13 postulantes, quase o dobro do último pleito (sete). Só não há
mais nomes do que em 1989,
quando 22 concorreram ao
Planalto na primeira eleição
pós-redemocratização.
Na lista dos pré-candidatos, estão os três conhecidos
nacionalmente -Dilma
Rousseff (PT), José Serra
(PSDB) e Marina Silva (PV)-
e mais dez de pouca expressão. O quarto nome que poderia se apresentar era o de Ciro
Gomes (PSB), mas sua candidatura foi sepultada na semana passada pelo seu partido.
Entre os pré-candidatos,
popularmente chamados de
nanicos, a maioria apresenta
propostas que podem ser
classificados, no mínimo, como polêmicas.
José Maria Eymael
(PSDC), conhecido pelo bordão "um democrata cristão",
tem como principal tema de
campanha a "difusão da felicidade". Já Levy Fidélix
(PRTB) insiste na construção
do Aerotrem e propõe "o fim
dos impostos de dez produtos
de consumo popular".
Outro veterano é José Maria de Almeida (PSTU), que
deve manter seu lema: "Contra burguês, vote 16".
Entre os postulantes há
ainda os novatos Oscar Silva
(PHS), que quer acabar com o
Imposto de Renda e o IPI para substituí-los por um imposto único; Mário de Oliveira (PT do B), que se autoclassifica como conservador e
quer acabar com o MST; e
Américo de Souza (PSL), que
defende "privatização geral".
Além deles, Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), Ivan Pinheiro (PCB), Rui Pimenta
(PCO) e Ciro Moura (PTC)
também devem concorrer.
Os candidatos nanicos podem contribuir para levar a
eleição ao segundo turno. Em
1998, somaram mais que 4%
dos votos válidos.
No Datafolha divulgado no
final do mês passado, só Mario de Oliveira conseguiu
pontuar 1%. Todos os demais
estão abaixo desse patamar.
Antonio Augusto de Queiroz, analista político do Diap
(Departamento Intersindical
de Assessoria Parlamentar),
diz que os nanicos podem ser
usados como "laranjas" de
partidos maiores. "Seguramente deve haver candidatos
que serão lançados como linha auxiliar de uma candidatura, só para acusar algum
dos candidatos que tenham
potencial de ganhar as eleições", disse.
O número de candidatos à
Presidência ainda pode mudar. Pela lei eleitoral, e as inscrições de candidaturas devem ocorrer até 5 de julho.
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