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FOGO AMIGO
Ministro do Desenvolvimento diz que custo/benefício deve ser levado em conta no momento de bloquear verbas
Furlan critica "corte horizontal" no Orçamento da União
ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, criticou
ontem a gestão do Orçamento.
Para ele, o governo bloqueia verbas de forma "horizontal" sem
considerar que alguns projetos
têm potencial de retorno financeiro que compensa o investimento.
"O governo e a imprensa têm
pouca sensibilidade de relação
custo/benefício", afirmou Furlan.
As reclamações de Furlan começaram como uma resposta aos
críticos das viagens do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o ministro, as viagens
internacionais do presidente tiveram papel importante para o aumento das exportações brasileiras
e, portanto, se justificam. "Não foram festividades", afirmou ele.
Furlan disse que o aumento percentual das exportações para os
países visitados pelo presidente
foram acima da média do crescimento total das vendas externas.
"Apenas o aumento das vendas
para a Síria é maior que o valor do
avião", disse o ministro.
O novo avião da Presidência sairá por US$ 56,7 milhões. As exportações para a Síria, desde o início do ano, cresceram 800% e chegaram a US$ 74 milhões. O valor é
US$ 66 milhões maior que o dos
cinco meses de 2003.
Questionado pela Folha se ele
poderia detalhar por que o governo não tinha sensibilidade ao avaliar o custo/benefício de programas, o ministro recorreu a uma
comparação com a imprensa.
Na sua opinião, os jornais, muitas vezes, destacam nas suas edições reportagens que não deveriam merecer espaço na mídia,
pois são baseadas em apurações
distorcidas. Ao mesmo tempo,
continuou Furlan, histórias bem
fundamentadas acabam sendo escondidas nas últimas páginas.
"Quando [o governo] faz corte
de Orçamento, corta de maneira
horizontal", lamentou Furlan. Segundo ele, entre as centenas de
projetos públicos, existem alguns
mais relevantes, cujos investimentos seriam compensados
num prazo de dois anos.
De acordo com o ministro, esses
projetos prioritários não são,
muitas vezes, poupados dos contigenciamentos. Ontem, a assessoria de imprensa do Ministério
do Planejamento não respondeu
às afirmações de Furlan.
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