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Brasil poderia produzir até 500 t em 30 meses
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente da INB (Indústrias
Nucleares do Brasil), Luiz Carlos
dos Santos Vieira, diz que gostaria
de mais agilidade no processo de
discussão sobre a venda ou não de
urânio não enriquecido, para que
a estatal possa adaptar logo suas
plantas para a exportação.
"Estamos aguardando toda a
discussão do governo sobre o
quanto é bom ou não fazer isso.
Acho bom que nos debrucemos
sobre isso aí logo", diz Vieira.
Segundo Vieira, é absurdo não
aproveitar as reservas de urânio
para exportar o "yellowcake" para
terminar de desenvolver o programa nacional de enriquecimento do metal. Segundo ele, o projeto ainda precisaria de US$ 60 milhões. Hoje, as usinas Angra 1 e 2
usam com "yellowcake" enriquecido no exterior. Vieira diz que
sua planta de produção de "yellowcake" opera a 60% de sua capacidade, podendo rapidamente
fazer excedente para exportação.
"Se derem o sinal, em 30 meses
posso produzir 500 toneladas para exportação", afirmou.
Embora muitos especialistas
discordem da necessidade de
"queimar" as reservas de urânio, é
consenso no setor que o programa nuclear brasileiro é avançado
e que não há nenhum entrave técnico para a exportação do metal.
"Precisamos do dinheiro e temos a tecnologia pronta. Só não
tenho certeza de que o dinheiro
da venda vai ser revertido exatamente para o que estão dizendo, o
enriquecimento de urânio, o que
é normal no Brasil", diz o professor da UFRJ Aquilino Senra.
"Essa discussão não tem cabimento. A produção, o recebimento e o investimento quem vai fazer
é a INB, e temos muito gasto para
esse dinheiro", diz Vieira.
(MVM)
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