São Paulo, quinta-feira, 02 de junho de 2005

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CPI é um direito da minoria, diz Dirceu

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ao comentar a disputa entre governo e oposição sobre a instalação da CPI dos Correios, o ministro José Dirceu (Casa Civil) disse ontem que todas as comissões de investigação são legítimas, que a resistência a elas também, que o país vive um momento de "absoluta tranqüilidade" e que o governo não tem responsabilidade direta sobre as denúncias.
"CPI sempre é legítima. É um direito da minoria querer CPI, mas é um direito da maioria analisar se ela é adequada ou não para determinada investigação", disse, após participar de um almoço na CNI (Confederação Nacional da Indústria). Completou: "Estamos em uma democracia, não é só o direito da minoria que vale, vale o da maioria também. Cada um assume suas responsabilidades".
Quando questionado sobre se as denúncias de corrupção nos Correios justificariam a abertura de uma CPI, o ministro se esquivou. "Não vou falar em caso específico. Isso os parlamentares é que têm de decidir." Disse, no entanto, que "o governo não tem responsabilidade direta em nenhuma das denúncias. O país está acompanhando que o presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] está apurando", disse o ministro.
Apesar de não ter feito críticas diretas à abertura de uma CPI, Dirceu disse que a criação de um clima de crise no país não é bom nem para o governo nem para a oposição. Na avaliação do ministro-chefe da Casa Civil, a situação está normal no país.
"O Brasil vive um momento de absoluta tranqüilidade, está com as instituições democráticas funcionando. É por isso que temos o debate democrático que estamos vivendo. Não vejo nada de anormal no país", disse.
Para ele, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a reforma tributária começarão a ser votadas no Congresso ainda neste semestre.
Ao comentar a divulgação da pesquisa CNT/Sensus anteontem, Dirceu disse que a tendência de queda na popularidade do presidente Lula também é normal. "[A queda nas pesquisas] é um estímulo para o governo tomar medidas adequadas para atender aos anseios da população."
Ontem, José Dirceu enviou ofício à Comissão de Infra-Estrutura do Senado considerando "dispensável" sua presença em audiência pública a respeito da transformação da Infraero em sociedade de economia mista, para a qual foi convocado, mas colocando-se à disposição dos senadores. O requerimento deve ser lido em sessão na próxima terça-feira, quando os integrantes da comissão devem marcar uma data para que Dirceu seja ouvido. Apesar de o tema da audiência ser a Infraero, podem ser feitas perguntas sobre outros assuntos.
(HUMBERTO MEDINA)


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