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CPI é um direito da minoria, diz Dirceu
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao comentar a disputa entre
governo e oposição sobre a instalação da CPI dos Correios, o ministro José Dirceu (Casa Civil)
disse ontem que todas as comissões de investigação são legítimas,
que a resistência a elas também,
que o país vive um momento de
"absoluta tranqüilidade" e que o
governo não tem responsabilidade direta sobre as denúncias.
"CPI sempre é legítima. É um
direito da minoria querer CPI,
mas é um direito da maioria analisar se ela é adequada ou não para
determinada investigação", disse,
após participar de um almoço na
CNI (Confederação Nacional da
Indústria). Completou: "Estamos
em uma democracia, não é só o
direito da minoria que vale, vale o
da maioria também. Cada um assume suas responsabilidades".
Quando questionado sobre se
as denúncias de corrupção nos
Correios justificariam a abertura
de uma CPI, o ministro se esquivou. "Não vou falar em caso específico. Isso os parlamentares é que
têm de decidir." Disse, no entanto, que "o governo não tem responsabilidade direta em nenhuma das denúncias. O país está
acompanhando que o presidente
[Luiz Inácio Lula da Silva] está
apurando", disse o ministro.
Apesar de não ter feito críticas
diretas à abertura de uma CPI,
Dirceu disse que a criação de um
clima de crise no país não é bom
nem para o governo nem para a
oposição. Na avaliação do ministro-chefe da Casa Civil, a situação
está normal no país.
"O Brasil vive um momento de
absoluta tranqüilidade, está com
as instituições democráticas funcionando. É por isso que temos o
debate democrático que estamos
vivendo. Não vejo nada de anormal no país", disse.
Para ele, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a reforma tributária começarão a ser votadas no
Congresso ainda neste semestre.
Ao comentar a divulgação da
pesquisa CNT/Sensus anteontem,
Dirceu disse que a tendência de
queda na popularidade do presidente Lula também é normal. "[A
queda nas pesquisas] é um estímulo para o governo tomar medidas adequadas para atender aos
anseios da população."
Ontem, José Dirceu enviou ofício à Comissão de Infra-Estrutura
do Senado considerando "dispensável" sua presença em audiência pública a respeito da
transformação da Infraero em sociedade de economia mista, para
a qual foi convocado, mas colocando-se à disposição dos senadores. O requerimento deve ser lido em sessão na próxima terça-feira, quando os integrantes da
comissão devem marcar uma data para que Dirceu seja ouvido.
Apesar de o tema da audiência ser
a Infraero, podem ser feitas perguntas sobre outros assuntos.
(HUMBERTO MEDINA)
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