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Palocci teme paralisia das votações
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Antonio Palocci
(Fazenda) fez um apelo para que
o Congresso não sacrifique a
agenda legislativa da economia
em razão da CPI dos Correios e
negou que venha atuando na articulação política entre governo e
Congresso por meio da liberação
de emendas parlamentares.
Embora falasse em uma entrevista dedicada aos números recém-divulgados do PIB (Produto
Interno Bruto), Palocci dedicou
boa parte de suas declarações à
crise política vivida pelo governo.
Sua preocupação foi demonstrar ter boa relação com a oposição, mas foi ambíguo ao falar de
seu papel na atuação política.
"Não sou responsável pela área
política do governo. Essa área
continua sendo coordenada pelos
ministros Aldo Rebelo [Coordenação Política] e José Dirceu [Casa Civil]. Eu tenho sido um colaborador com os ministros em
tempo integral", disse o ministro.
O ministro da Casa Civil, José
Dirceu, ao ser questionado se Palocci está mais envolvido com a
com coordenação política, disse
que "isso não é fato".
Já Aldo afirmou ontem que vem
sendo ajudado por Palocci na tarefa de derrubar a CPI dos Correios, e confessou um "certo alívio" com o auxílio.
Quanto a liberação de verbas,
Palocci disse que seguirá seu ritmo normal, independentemente
das negociações com o Congresso
para a liberação de recursos das
emendas que deputados e senadores fazem ao Orçamento.
"As emendas fazem parte da
execução orçamentária, mas neste ano não há comportamento em
nada diferente dos outros anos
nem há nenhum pedido para que
a Fazenda proceda de forma diferente com relação a emendas parlamentares", declarou.
Paralisia
Ao discorrer sobre os efeitos da
CPI na economia, Palocci repetiu
o discurso obrigatório de que não
haverá instabilidade no mercado
em razão das investigações.
Ruim para o país, argumentou o
ministro da Fazenda, seria a paralisia da pauta de votações.
Palocci omitiu, porém, que a
agenda legislativa já estava emperrada antes das acusações de
corrupção nos Correios. Na prática, o governo nem mesmo tinha
uma pauta de projetos prioritários definida para este ano.
Ao tentar apresentar uma ontem, Palocci não conseguiu citar
mais de três propostas: a reforma
tributária, estacionada na Câmara
desde o final de 2003, um projeto
complementar à nova Lei de Falências, sancionada neste ano, e
outro que muda a tributação de
pequenas empresas.
"Um conflito político não pode
prejudicar a pauta de votações, e
acredito que essa não seja a intenção da oposição", disse.
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