|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
QUESTÃO AGRÁRIA
Comissão vê disputa entre os parlamentares pró-MST e os da bancada ruralista; textos serão submetidos ao voto
Dividida, CPI da Terra deve ter dois relatórios
ANA FLOR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A divisão entre parlamentares
simpáticos ao MST (Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra) e a bancada ruralista no
Congresso deve fazer com que a
CPI (Comissão Parlamentar de
Inquérito) da Terra chegue ao final com dois relatórios -em vez
de um texto único do relator.
A previsão é do presidente da
comissão, senador Álvaro Dias
(PSDB-PR). Ontem, o senador
afirmou como quase certa a formulação de um relatório alternativo, que disputaria no voto com a
exposição do relator, o deputado
João Alfredo (PT-CE).
Segundo o relator, a CPI é mesmo "tensa", com "cortes de classes" e disputas entre "parlamentares vinculados a ruralistas e ao
movimento sem-terra para desviar o foco das discussões".
A primeira batalha na sessão de
ontem foi por ouvir os depoimentos em reunião aberta ou fechada.
O grupo do PT defendia uma sessão secreta. O presidente da CPI
manteve a sessão pública.
O secretário-geral da Anca (Associação Nacional de Cooperação
Agrícola), Pedro Christofoli, foi o
primeiro a ser ouvido. A CPI
identificou a transferência de R$
400 mil da associação para um
plano de previdência privada de
dois funcionários da entidade.
Christofoli disse que não era
responsável pela entidade na época, mas "ficou sabendo" que a
transferência havia sido aconselhada pelo banco como forma de
investimento. Orientado por advogados, o secretário-geral da
Anca não respondeu a perguntas
de parlamentares ruralistas.
A mesma estratégia foi utilizada
pelo presidente da Concrab (Confederação das Cooperativas de
Reforma Agrária do Brasil), Francisco Dal Chiavon. A CPI identificou, entre 1998 e 2003, a movimentação de R$ 3,5 milhões por
meio de cheques da Concrab por
três pessoas, supostos "laranjas".
O clima tenso quase resultou
em briga durante a sessão. Um
desentendimento entre os deputados Adão Preto (PT-RS) e Alberto Fraga (sem partido-DF) fez
com que Fraga e o deputado Zé
Geraldo (PT-PA) trocassem insultos e tivessem de ser separados.
Texto Anterior: Controle externo: Senado aprova conselho do Ministério Público Próximo Texto: Rossetto pede que governo cumpra promessas feitas Índice
|