São Paulo, sexta-feira, 02 de junho de 2006

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Painel

Renata Lo Prete
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Bem na foto

Apesar do endosso explícito de Hugo Chávez à nacionalização do gás, amplamente aprovada pelos bolivianos, a imagem de Lula no país vizinho é ainda melhor que a do colega venezuelano, segundo pesquisa do instituto Ipsos Opinion em parceria com a consultoria de risco Eurasia Group. Na Bolívia, 55% têm opinião positiva ou muito positiva sobre Lula. Apenas 17% manifestam opinião negativa ou muito negativa. Os resultados de Chávez: 50% (positiva ou muito positiva) e 32% (negativa ou muito negativa).
Também no Peru, onde haverá 2º turno presidencial domingo, Lula está bem (48% de avaliação positiva ou muito positiva). Ali a desaprovação a Chávez é elevada: 69% de opinião negativa ou muito negativa.

Fast food. Ciro Gomes chegou ao jantar da cúpula do PSB, anteontem, dizendo que gostaria de ser vice de Lula, mas ouviu que o melhor para a sigla é ele ajudar a cumprir a cláusula de barreira disputando vaga de deputado. O ex-ministro deixou o encontro em menos de meia hora.

Outro dia. Já refeito, Ciro dizia ontem, no café da manhã, que será mesmo candidato a deputado e repetia o prognóstico de que pode ter 300 mil votos. Previu um crescimento de Geraldo Alckmin até a casa dos 30% antes do início oficial da campanha.

Coletivo. Antes de fecharem a carta conjunta com propostas para o segundo mandato de Lula, PT, PC do B e PSB farão seus próprios textos. "Cada um vai escrever em seu próprio dialeto", brinca um dos dirigentes.

Na mesma. Depois de quatro horas fechados numa sala, os dirigentes dos três partidos governistas não conseguiram resolver nenhuma de suas pendências estaduais. Chegaram à conclusão de que precisam conversar na semana que vem de novo.

Estrangeiro. O PT vai convidar Renan Calheiros (PMDB-AL) para sua convenção nacional, dia 24. Ricardo Berzoini, presidente da sigla, é o encarregado de garantir a presença do presidente do Senado, amuado com a corte de Lula a Orestes Quércia.

Mais confusão. A reunião Lula-Quércia contrariou não apenas Renan e José Sarney, que querem a exclusividade na interlocução com o presidente. Governadores do PMDB que toparam se aliar ao bloco anticandidatura própria reiteraram que não aceitam ressuscitar a idéia de aliança formal com o PT.

Quem te viu. Saindo ou não aliança, o encontro no Planalto foi um pedágio que Lula teve de pagar a Orestes Quércia, um peemedebista que o presidente nem mesmo convidou para sua posse.

Russo. Do presidente do PSDB paulistano, Tião Farias, sobre o fato de seu partido ter oferecido a vaga ao Senado para Orestes Quércia na chapa de José Serra a fim de evitar acerto do peemedebista com o PT: "O problema não é ter uma aliança com o PMDB, mas sim votar no Quércia."

W.O. Lu Alckmin estava em Brasília, mas não apareceu na oficialização da aliança PSDB-PFL em torno de Geraldo. A ex-primeira dama paulista tem evitado holofotes desde a polêmica a respeito de seus vestidos. Socorro, mulher de José Jorge, foi.

Pacote completo. Nas conversas com a cúpula tucana, Roberto Freire deixou claro que, além do apoio em alguns Estados, o PPS vai querer opinar no programa de governo de Alckmin, principalmente no capítulo referente à política econômica.

Arquibancada. Talvez para compensar o fato de ter marcado sessão deliberativa para a manhã do dia da estréia do Brasil na Copa, Aldo Rebelo (PC do B-SP) autorizou a colocação de telões na Câmara para transmitir os jogos durante toda a competição.

Tiroteio

Tem mesmo muita tortura para mostrar: levar aquele tanto de dólar na cueca é tortura. Ganhar Land Rover e correr o risco de se acidentar no trânsito é tortura. Repetir mentiras e discursos ensaiados por advogados é tortura.


Do senador HERÁCLITO FORTES (PFL-PI), sobre o presidente Lula, que desafiou opositores a mostrar na TV as "torturas" feitas nas CPIs.

Contraponto

De longa data

Em 2000, o então líder do governo na Assembléia, Milton Flávio (PSDB), participava de uma feira gastronômica em São Paulo e se surpreendeu ao ouvir o discurso do organizador do evento, que tentava demonstrar intimidade:
-Está aqui um grande amigo, deputado Milton Monte.
Caio de Carvalho, que à época dirigia a Embratur, estava ao lado e tentou corrigir o orador, cochichando:
-É Flávio! É Flávio!
Mais do que depressa, o homem arrumou a frase:
-Ah, sim, desculpem-me. Na verdade, quem está aqui é outro grande amigo meu, Flávio Monte.
A salada de nomes provocou gargalhada geral.


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