São Paulo, sexta-feira, 02 de junho de 2006

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Toda Mídia

Nelson de Sá

Caramba, qué pasa?

Até o "Jornal da Globo" notou o "bate-boca pré-eleitoral" no Peru. Mas na versão global Alan García chama Ollanta Humala de "paranóico e assassino" e Humala chama García de "demagogo e ladrão".
O blog de Sergio Leo cita despacho da agência Ansa, comenta que no momento "mierda é o palavrão mais ameno que se ouve na vizinhança" e pergunta:
- Ay, caramba, qué pasa?

No despacho da Ansa, de Lima, "o porta-voz do partido de Humala criticou, a dias da eleição, o venezuelano Hugo Chávez". O que disse o porta-voz de Humala, suposto aliado de Chávez no Peru:
- Como Chávez disse "al carajo" referindo-se à Alca, creio que nós, peruanos, devemos dizer "Chávez al carajo".
Pelo jeito, Humala andou perdendo votos com o apoio histriônico do venezuelano.
 
Enquanto isso, na Globo, García "diz que tem proximidade maior com Lula".
Ontem, despacho da agência Dow Jones no site WSJ. com trazia o título "Para García, é preciso focar no Brasil como parceiro". Do próprio:
- O acordo de livre comércio essencial é com o Brasil. Nós focamos antes nos norte-americanos, mas o acordo deveria ser com o Brasil.
Seria a "aliança fundamental", mas o despacho registrou que García, ao contrário de Humala, apóia o acordo feito pelo Peru com os EUA.
 
Por mais que tentem se diferenciar em palavras e eventuais alianças, os dois peruanos não causam maior emoção, fora da América Latina.
O enunciado da "Economist", ontem no ar, resume a visão geral sobre as eleições deste domingo no Peru.
- O conhecido contra o desconhecido.
E do "conhecido" García o que se espera é que "tenha aprendido com seus erros".

SEJAMOS REALISTAS


Começou ontem a contagem regressiva do portal IG

Enquanto por aqui começa a contagem regressiva nos sites, na Nova Zelândia se encontram enunciados como "Em contagem final para o Brasil", da agência NZPA. O país "não tem nada a perder" no domingo, diz o treinador, mas no título do "New Zealand Herald" ele entregou:
- Vamos jogar para vencer, mas sejamos realistas...

O BRASIL E OS OUTROS 31

A reverência à seleção brasileira não se restringe, claro, ao técnico neozelandês. Ontem, nos sites de jornais de Londres e até no Arsenal.com, treinadores como Terry Venables e Sir Bobby Robson ou o francês Arsène Wenger especulavam o que fazer para vencer o Brasil. Também no "New York Times" de ontem, com Larry Rohter secando "os brasileiros estragados pelo sucesso" e ensinando, sob o título "Tem o Brasil, e tem os outros 31 times":
- Se a equipe brasileira tem uma fraqueza, é sua defesa.

O ADJETIVO PERFEITO
Na semana passada, o Terra Magazine entrevistou Cesar Maia sob o título "Em busca do adjetivo perfeito". Para o pefelista, "para derrotar Lula é preciso pesquisar, pesquisar e achar o adjetivo que cole e desconstrua o presidente".
Porque "ladrão não cola, a população o defende".

UMA PALAVRA SÓ
Ato contínuo, a propaganda oposicionista trouxe Geraldo Alckmin qualificando Lula de omisso, enquanto se lia em blogs que era o tal adjetivo. Mas não colou muito e ontem, após provocações do petista, Alckmin disse que Lula foi da "omissão para o cinismo".
Para Cesar Maia, porém, "é uma palavra só, não são três". E tem que sair de "pesquisas quantitativas, qualitativas", não de conversa ou palpites.

DISPARA-E-DESPENCA
Em destaque na home da Globo.com, "Dólar despenca 3%". Foi manchete no UOL e outros, confirmando que a turbulência, como se ouve em toda parte, até na voz de William Bonner, veio para ficar.
Como registrou a "Economist", "os mercados emergentes continuam voláteis, apesar do crescimento econômico maior que o esperado" anunciado na semana por três dos maiores emergentes, Índia, Brasil e África do Sul.

A FEBRE BRIC
Apesar da turbulência, o "Wall Street Journal" anunciou ontem o lançamento do "primeiro fundo nos EUA a focar seus investimentos nos quatro grandes emergentes". No título, "a febre BRIC".
A expectativa é de maior investimento em China e Brasil.


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