São Paulo, segunda-feira, 02 de junho de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Aerocâmara

Inquérito da PF entregue no dia 10 de março ao Supremo investiga a suspeita de que pelo menos três deputados federais tenham participado de esquema de venda da cota de passagens aéreas a que os parlamentares têm direito. Um dos casos envolve Luiz Bittencourt (PMDB-GO) e dois colegas não reeleitos em 2006, Maurício Rabelo (TO) e Milton Barbosa (BA).
O esquema passava pela agência de turismo Katar, de Maringá, que revendia os bilhetes para secretários municipais viajarem a Brasília. Por recomendação do corregedor Inocêncio Oliveira (PR-PE) -tomado de súbito furor investigativo no caso Paulinho-, a Mesa Diretora da Câmara arquivou a denúncia.

Aí tem. Apesar de ter engavetado a denúncia, a Câmara enxergou, segundo ata de reunião da Mesa Diretora realizada em 18 de outubro do ano passado, "veementes indícios de irregularidades na utilização de passagens aéreas custeadas" pelos cofres públicos.

Em curso. O caso foi parar no STF por envolver Bittencourt, que possui foro privilegiado. Corre atualmente em segredo de Justiça, nas mãos do relator Cezar Peluso.

No forno. As recentes referências de Lula à ameaça inflacionária têm por objetivo preparar o espírito do público para uma ou outra medida amarga, a começar pelo novo aumento dos juros na próxima reunião do Copom.

Esplanada 1. A substituição de Luiz Marinho (Previdência) pelo deputado federal José Pimentel (PT-CE) já foi acordada com o próprio ministro, que deixa o cargo nesta semana para ser o candidato petista à Prefeitura de São Bernardo do Campo.

Esplanada 2. Ex-titular da Previdência, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, tenta emplacar o aliado Carlos Eduardo Gabas, atual secretário-executivo. Mas José Pimentel está em vantagem.

Esplanada 3. Já no caso do Turismo, que Marta Suplicy deixará para entrar na disputa paulistana, a opção mais provável é a permanência do secretário-executivo, Luiz Eduardo Barreto Filho.

Também quero. Diante da chance de Marta concorrer com chapa pura, é intensa a disputa no PT pela vaga de vice. De Jilmar Tatto a José Eduardo Cardozo, passando por Paulo Teixeira, não faltam deputados na lista. Mas Lula não queria um empresário?

A conferir. Como pretende fazer do Cidade Limpa uma bandeira de campanha, o prefeito Gilberto Kassab tentará enquadrar seu partido. Nenhum candidato do DEM poderá colocar cartazes, faixas e bandeiras nos arredores da convenção, no dia 14.

Profundo. Em debate numa universidade, o pré-candidato à Prefeitura do Rio Fernando Gabeira (PV) sugeriu afundar um navio em frente às ilhas Cagarras para "incentivar o turismo subaquático".

Uni-duni-tê. O PR decide nos próximos dias seu destino em Salvador. O senador Cesar Borges indicou Pedro Alcântara para a Secretaria de Agricultura de Jaques Wagner (PT). Se o governador aceitar, o partido tende a apoiar o candidato petista. Do contrário, pode ir de ACM Neto (DEM).

Acalmou. Após alguma turbulência, o prefeito Elói Pietá (PT) se entendeu com o candidato do partido à sua sucessão em Guarulhos, Sebastião Almeida. Nesta semana, os dois anunciam os primeiros partidos da coalizão eleitoral. Pietá festeja pesquisa interna que lhe dá 76% de aprovação.

Polêmico. O presidente da CCJ da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve incluir na pauta projeto que dá o nome de comandante Rolim Amaro a Congonhas. Dois dos maiores acidentes da aviação brasileira ocorreram ali com aeronaves da TAM.

Tiroteio

O almoço na casa do Jovair Arantes quase produz um rombo de R$ 10 bilhões no bolso do contribuinte brasileiro. Mais um encontro como esse e o país quebra.


Do deputado RONALDO CAIADO (DEM-GO) sobre a reunião da base aliada na casa do líder do PTB, na qual foram discutidas as linhas gerais do projeto que ressuscita a CPMF.

Contraponto

Não me deixem só

Já passava das 23h de quarta-feira. Pressionado a abrir a votação do segundo turno da emenda que criou 7.554 novos cargos de vereadores no país, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), ainda relutava:
-Não posso, há oradores inscritos para falar!
O plenário insistia em votar. Nos microfones, deputados sugeriram que o painel fosse aberto mesmo enquanto os oradores se sucediam na tribuna.
-De jeito nenhum! Se faço isso, vocês votam, vão embora, e fico só eu para ouvir os discursos. No último parlamentar inscrito, seremos apenas dois na Casa.
Sensibilizados, os inscritos abriram mão de seus discursos, e a sessão terminou em votação-relâmpago.


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