São Paulo, segunda-feira, 02 de junho de 2008

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Entidades lembram que jornais devem zelar por suas equipes

DA SUCURSAL DO RIO

Além de cobrar apuração dos fatos e de manifestar solidariedade à equipe de reportagem e ao jornal "O Dia", a Abraji e o Sindicato dos Jornalistas do Rio lembraram também que cabe às empresas zelar pela segurança de seus funcionários.
Em sua nota, a Abraji faz um "alerta" às empresas de comunicação sobre "a responsabilidade que elas têm na segurança de seus funcionários. A elas cabe avaliar os riscos que eles possam correr."
Ainda na nota, a associação lembra que hoje completam-se seis anos do assassinato de Tim Lopes -jornalista da TV Globo que foi torturado e morto por traficantes quando apurava exploração sexual de crianças e adolescentes em bailes funk.
A presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio, Suzana Blass, também ressaltou o aspecto da segurança para o exercício da profissão: "A maneira como o jornal colocou os repórteres para fazer a cobertura precisa ser discutida. Qual tipo de proteção era possível ter ali? Era preciso ter uma estratégia para tirá-los em caso de emergência. Essa é uma questão que precisa ser discutida."
O sindicato vai promover na tarde de hoje um ato em repúdio à agressão sofrida pelos jornalistas. "A ação dessas milícias não é um acontecimento recente, não é algo exatamente novo, e precisamos cobrar ações concretas", disse a presidente da entidade.
Na avaliação de Blass, a situação da segurança pública no Rio mudou e hoje é mais difícil fazer reportagens em áreas de risco. "Acho que "O Dia" foi romântico. No passado, conseguia-se fazer excelentes reportagens, e "O Dia" fez muitas, com repórteres disfarçados. Mas hoje estamos vivendo em um estado de exceção, não tem jeito. Depois do caso do Tim Lopes, não achava que isso pudesse acontecer", disse Blass.
Para Maurício Azêdo, da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), o risco que os jornalistas correram é inerente à profissão. "Muitas vezes esses são os meios que os veículos têm para obter informações e mostrá-las para toda a sociedade. O importante é que esteja dentro da ética. E nesse caso não me parece que houve qualquer infração", afirmou.
Procurada ontem para comentar as questões levantadas pelo sindicato sobre as condições de segurança dadas aos repórteres, a direção do jornal "O Dia" não se manifestou até o fechamento desta edição.


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