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Entidades lembram que jornais devem zelar por suas equipes
DA SUCURSAL DO RIO
Além de cobrar apuração dos
fatos e de manifestar solidariedade à equipe de reportagem e
ao jornal "O Dia", a Abraji e o
Sindicato dos Jornalistas do
Rio lembraram também que
cabe às empresas zelar pela segurança de seus funcionários.
Em sua nota, a Abraji faz um
"alerta" às empresas de comunicação sobre "a responsabilidade que elas têm na segurança
de seus funcionários. A elas cabe avaliar os riscos que eles
possam correr."
Ainda na nota, a associação
lembra que hoje completam-se
seis anos do assassinato de Tim
Lopes -jornalista da TV Globo
que foi torturado e morto por
traficantes quando apurava exploração sexual de crianças e
adolescentes em bailes funk.
A presidente do Sindicato
dos Jornalistas do Rio, Suzana
Blass, também ressaltou o aspecto da segurança para o exercício da profissão: "A maneira
como o jornal colocou os repórteres para fazer a cobertura
precisa ser discutida. Qual tipo
de proteção era possível ter ali?
Era preciso ter uma estratégia
para tirá-los em caso de emergência. Essa é uma questão que
precisa ser discutida."
O sindicato vai promover na
tarde de hoje um ato em repúdio à agressão sofrida pelos jornalistas. "A ação dessas milícias
não é um acontecimento recente, não é algo exatamente
novo, e precisamos cobrar
ações concretas", disse a presidente da entidade.
Na avaliação de Blass, a situação da segurança pública no
Rio mudou e hoje é mais difícil
fazer reportagens em áreas de
risco. "Acho que "O Dia" foi romântico. No passado, conseguia-se fazer excelentes reportagens, e "O Dia" fez muitas,
com repórteres disfarçados.
Mas hoje estamos vivendo em
um estado de exceção, não tem
jeito. Depois do caso do Tim
Lopes, não achava que isso pudesse acontecer", disse Blass.
Para Maurício Azêdo, da ABI
(Associação Brasileira de Imprensa), o risco que os jornalistas correram é inerente à profissão. "Muitas vezes esses são
os meios que os veículos têm
para obter informações e mostrá-las para toda a sociedade. O
importante é que esteja dentro
da ética. E nesse caso não me
parece que houve qualquer infração", afirmou.
Procurada ontem para comentar as questões levantadas
pelo sindicato sobre as condições de segurança dadas aos repórteres, a direção do jornal "O
Dia" não se manifestou até o fechamento desta edição.
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