São Paulo, terça, 2 de junho de 1998

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PAINEL

Ocupando espaços
Ao cobrar correção de rumos da candidatura de FHC, ACM começa a demonstrar publicamente o papel de coordenador da campanha da reeleição do presidente que já vem desempenhando de fato nos bastidores.

Semeando vento
As recentes intervenções de ACM já não têm incomodado tanto os caciques tucanos. Ao contrário. Razões: 1- vêem ACM cada vez mais como aliado, 2- sem Serjão, precisam de alguém que desempenhe o seu papel.

Abrindo espaços
Fora do governo, Eduardo Jorge, coordenador da campanha de FHC, perdeu força para negociar com aliados. Jader Barbalho (PMDB) não esquece que ele detonou sua ida para o ministério.

Caso antigo
Outro exemplo de dificuldade de Eduardo Jorge com partidos da base: no PPB, ele ainda é responsabilizado pelo vazamento, no começo de 97, da lista de deputados do partido com dívidas penduradas no Banco do Brasil.

Excesso de zelo
Dirigentes petistas estão preocupados com declarações mais ideologizadas de dirigentes do MST. Acham até que os mais próximos dos sem-terra poderiam pedir mais moderação em entrevistas e atos, evitando marolas na campanha de Lula.

Todo cuidado é pouco
O PT proibiu os diretórios estaduais de fazer convenções depois dos dias 20 e 21 de junho. Quer ter tempo até o final do mês, prazo limite previsto pela lei, para reverter decisões que prejudiquem a aliança federal.

Questão de estilo
Tucanos chamam a atenção para a diferença de estilo entre Lula e FHC. Enquanto o presidente chamava o petista de "uma pessoa de valor", Lula, em outra entrevista, tachava FHC de "mentiroso". Lula, para eles, é o melhor adversário.

Plágio petista
"A esperança está de volta", slogan de Lula, já é usado por Pedro Pedrossian (PTB-MS) em sua campanha ao governo. Por esse motivo, marketeiros de Pedrossian correram ontem ao cartório para registrar o lema.

Bode expiatório
Auxiliares de FHC acham que a mídia exagerou na cobertura de alguns acontecimentos, como a seca, contribuindo para a queda nas pesquisas. "Houve uma dramatização novelesca em alguns casos", diz José Gregori.

Primeiro desafio
Apesar de declarações contrárias, o PT está preocupado com análises de que a subida de Lula pode provocar fuga de capitais. "Uma das coisas mais difíceis de enfrentar neste momento é o terrorismo dos analistas econômicos", diz José Genoino.

Tiro e queda
Uma maratona de reuniões começou ontem em Brasília para analisar a queda de FHC nas pesquisas. O PSDB abriu a série. Até sexta, quando viaja aos EUA, FHC reúne vários políticos, entre eles ACM e Jereissati, para discutir seu inferno eleitoral.

Sinal amarelo
No Palácio dos Bandeirantes, a queda de Covas nas pesquisas para o governo paulista teve efeito mais devastador do que a de FHC no Planalto. Nos planos dos estrategistas tucanos, Covas já deveria estar em plena alta.

Está ficando tarde
Diferença entre as quedas de FHC e Covas: enquanto FHC ainda espera ter de volta parte dos votos que migraram para Lula, Covas ainda briga para chegar ao 2º turno, correndo o risco de cair para o 4º lugar.

Eterno presidente
Fernando Collor está exigindo credenciamento para repórteres que vão cobrir sua visita quinta-feira a Mogi das Cruzes (SP). Nem FHC faz isso em suas visitas não-oficiais aos Estados.

Visita à Folha
O ministro da Fazenda, Pedro Malan, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado do diretor da Área Externa do Banco Central, Demósthenes Madureira Pinho Neto, e de João Batista Magalhães, assessor de Comunicação Social do ministério.

TIROTEIO


De Paulo Bernardo (PT), sobre o nervosismo das bolsas ser atribuído, em parte, à aproximação entre Lula e FHC nas pesquisas:
²- FHC se elegeu com discurso social, mas governa para os especuladores, que ficam apavorados ao menor sinal de que ele pode ser derrotado.

CONTRAPONTO

Humor paranaense
O governador do Paraná, Jaime Lerner (PFL), viajou recentemente para a cidade de Mandaguaçu, no interior do Estado.
Lá, visitou um oficina-escola e ganhou uma banqueta de madeira feita pelos alunos.
Lerner, que vem lutando para controlar o peso por recomendação médica, agradeceu e brincou, provocando gargalhadas:
- Mas, antes de sentar, ela vai ter que passar pelo meu piloto de teste, o Rafael Greca - disse, virando-se para o correligionário e ex-prefeito de Curitiba, que é um tanto mais obeso do que o governador.
Durante o vôo de volta para Curitiba, Lerner aproximou-se de Greca e disse:
- Greca, quando falei que você era meu piloto de testes, eu estava brincando...
Greca riu, e Lerner insistiu, fazendo um trocadilho com a expressão "não quero diminuí-lo":
- Era só brincadeira. Não tive a intenção de aumentá-lo...



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