São Paulo, terça, 2 de junho de 1998

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NO AR
Canetada

NELSON DE SÁ
da Reportagem Local

Lula renasceu e começa a ganhar tempo. Por enquanto, só no rádio e em redes menores de TV, como CNT.
Mas já vai mostrando o quanto está "brincando" de ser candidato, ele que parece não ver problema em nova derrota. Ontem na CBN, rede nacional de rádio:
- Tenho brincado que, se ganhar, com uma canetada só vou resolver o problema da reforma agrária.
É o que FHC dizia, em entrevista a Boris Casoy, domingo, sobre as "palavras pouco pensadas" de Lula.
Lula não se importa com o que fala. (Ou talvez não queira repetir a campanha anterior, quando cada palavra sua era monitorada.)
Está lá, na boca de Lula: ele tem "brincado".

ACM dizia ontem que FHC vai mal por falhas de divulgação e porque o próprio FHC se comunica pouco.
É uma brincadeira, diria Lula. O ritmo dos comerciais federais, em favor do presidente, é de uma estréia por dia. Amontoam-se garotos-propaganda, de Lima Duarte a Rolando Boldrin e Regina Duarte.
Ontem entrou novo comercial, com novo apresentador, para amplificar as propostas aos professores das universidades federais.
ACM diz que FHC, por "humildade", fala pouco à mídia. Em três semanas: cadeia no horário nobre, coletiva em rede e entrevista na Record. Não é pouco, para alguém tão "humilde".
O problema não é falar mais, mas ter o que falar -um discurso minimamente novo, diferente.
Na entrevista a Casoy, FHC não atacou pessimistas, mas os "agourentos". Nem vagabundos, mas os "parasitas". Mudou palavras e só.
Repetiu-se em coisas como "o Brasil encontrou rumo". Nada que some a seu derrapante discurso eleitoral.
Restam as inaugurações.

E-mail: nelsonsa@uol.com.br



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